Alexandre Luna Freire é membro da Academia Paraibana de Letras. Foto: Reprodução
Não há como contabilizar a perda da memória nos relacionamentos ditos virtuais, ainda, e principalmente, diante de fatos recentes. A expandir de exemplos sobre situações agradáveis ou desagradáveis. A racionalidade nem chega perto, mesmo recorrendo à busca do pote de ouro no fim do arco-íris, como queria a lenda que nos foi ensinada naquela fase de idade de juventude pós-infantil.
Claro que era história contada para botar criança para dormir. O lado infantil fica encantado e sobrevive às agruras do mundo real e dos adultos. Porém, nem só de coisas adultas vivem os mais crescidos.
Rui Barbosa ficou mais conhecido por outros feitos e as suas citações são sempre mencionadas, decoradas e sacudidas quando recorremos às suas lições de matéria constitucional, ainda hoje. Tanto a pureza do vernáculo com que investiu sobre a redação do Código Civil ou sobre rumorosos Habeas Corpus de sua época. E a alfabetização no Império não era lá essas coisas.
O que não se deve deixar de registrar é a profundidade de seus conhecimentos mais baseada no Direito Inglês do que em remissão ao Direito Americano, o qual teve suas fases elevadas a graus mais acentuadas até depois de seus valiosos sermões. A Democracia na América (do Norte) havia começado logo após as 13 Colônias que resultaram das deliberações posteriores aos anos 1.600.
O Direito Americano construiu-se em etapas pré-Secessão e um pouco adiante, a partir dos anos 1920. A Liberdade de Iniciativa sempre evidente. Construída passo-a-passo, mais ação do que discurso que encantam, porém não alimentam nem soerguem as comunidades. De vizinhança.
O que de Rui, pouco se sabe, é sobre o Prefácio, mais que literatura juvenil, que (últimas décadas de 1800) está desenvolvido na tradução esmerada e antiga de um livro alegórico, onde a virtualidade sobre antigos regimes políticos, de controvertido famoso escritor inglês. Há edições com prefácio de George Orwell, afamado pela sua literatura e pela ficção científica, com viés político.
“As Viagens de Gulliver” traduzidas por Rui Barbosa têm o mérito de revelar estudo sobre mais antigo Direito Inglês, com avaliação imprecisa de outros famosos acima do Equador; a curiosa existência do Povo Yahoo; e os percalços de políticas imaturas.
É de criança que se aprende sobre maturidade. Ou, como prega a sabedoria popular de menino se torce o pepino. Jonathan Swift ridens.
Alexandre Luna Freire, da Academia Paraibana de Letras, juiz do TRF5