O padre Delson Zacarias dos Santos é investigado pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) do Distrito Federal por suspeita de estupro de vulnerável, que teriam ocorrido em 2014 e 2021. Nesta quarta-feira, o portal de notícias “Metrópoles” publicou o relato de um homem de 33 anos que disse ter sido vítima do religioso. Ele contou que o padre usava um doce de banana para atrair coroinhas de um grupo com o qual mantinha proximidade. Por causa das denúncias, a Arquidiocese de Brasília afastou Delson Zacarias de suas funções.
As supostos abusos teriam ocorrido quando o homem tinha entre 14 e 15 anos, revelou ele ao “Metrópoles”. À época a suposta vítima havia sido escolhida para fazer parte de um grupo chamado Cerimoniários, que só tinha integrantes do sexo masculino com idades até 18 anos. O padre era responsável pela igreja no Riacho Fundo, frequentada pelo homem.
Segundo ele, Delson escolhia quem deveria integrar o grupo: “Geralmente, quando algum fiel quer entrar em determinado grupo da igreja, procura-se a pastoral, depois faz uma reunião e pronto. No caso dos Cerimoriários, quem fazia a escolha pessoalmente era o padre Zacarias. Esse grupo era o mais próximo dele”.
A suposta vítima relatou que, em 2004, o religioso passou de carro em frente à sua casa e o chamou para acompanhá-lo, alegando que buscaria um doce de banana. “Minha mãe, que é muito católica e frequentava aquela igreja, avisou que o padre Zacarias estava me chamando. Quando cheguei do lado de fora, ele me falou para entrar (no veículo) que iríamos até a casa dele pegar um doce de banana que ele havia feito para minha mãe”, contou.
O homem afirma que, após chegarem à sua residência, o padre mudou de comportamento. Ele o teria chamado para o quarto e feito uma pergunta de cunho sexual. “Ele quis saber se eu tinha o costume de me masturbar. Respondi que sim, achando que ele fosse me corrigir. Depois pediu que eu tirasse a blusa, pois queria ver se eu era magrinho. Em seguida, pediu para ver minhas ‘coxinhas’. Naquele momento, o padre foi além e pediu que eu tirasse o short”, disse.
Em seguida, ainda de acordo com o relato da suposta vítima ao “Metrópoles”, o religioso teria pego uma câmera digital: “Ele pediu para que eu ficasse de cueca. Naquele momento, fiquei com o corpo todo tremendo, mas tive a reação de dizer que queria ir emboa. Ele, então, me Levou de volta, sem dizer uma palavra durante o trajeto até a minha casa”.
O homem contou ainda que contou aos pais sobre o que havia acontecido e que eles deciriam afasta-lo da igreja — ele passou a frequentar uma em Riacho Fundo . A suposta vítima afirma que pessoas ligadas à Aquidiocese de Brasília foram procuradas por seus pais. “A resposta foi que o meu caso não era o único.