Acredite se quiser, mas Rogério Marinho não conhecia o filho 04 de Bolsonaro. Foto: Reprodução
Acredite se quiser, mas o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, convocado nesta terça-feira 6 por uma comissão da Câmara para prestar esclarecimentos sobre a audiência no ano passado em seu gabinete em que recebeu Jair Renan, filho do presidente da República, deu uma surpreendente declaração: não sabia se tratar do filho de Bolsonaro.
Jair Renan compareceu ao encontro acompanhando dirigentes da empresa Gramazini Granitos e Mármores Thomazini e por esta assistência, digamos assim, ganhou um carro elétrico de presente da empresa.
Mesmo assim, Marinho confirmou que a audiência foi solicitada diretamente pelo gabinete de Bolsonaro.
Segundo o jornal O Globo, Marinho foi indagado pelo deputado Léo Brito (PT-AC), autor do requerimento, se ficou constrangido nesse encontro – e obviamente ouvir do ministro um econômico “não”.
Afinal, como alegou o ministro potiguar, “Renan entrou calado e saiu calado”.
Ainda segundo Rogério Marinho, a empresa tratou no encontro de inovação tecnológica em área habitacional e encaminhou uma proposta à Secretaria de Habitação da pasta.
Só por isso (dedução deste colunista interino), Jair Renan não precisou abrir a boca, embora sua simples presença física tenha valido um carro elétrico.
A cobertura de O Globo diz que o ministro estava evitando o assunto, já que na Comissão Financeira de Fiscalização e Controle ele falou por 52 minutos sem mencionar a reunião com Jair Renan e os representantes da empresa.
Em vez disso, falou sobre ações no Ministério, sobre a transposição do Rio São Francisco, sobre carros-pipas, obras inacabadas e nada de Jair Renan até ser perguntado.
Certo estava o ministro: falar do quê?
O filho caçula do presidente Jair Bolsonaro, o 04, não precisa de justificativa para comparecer a uma reunião na qual pode dar-se ao luxo de entrar mudo e sair calado, sem que se saiba acerca da serventia de sua presença.
Afinal, é o filho do homem. O problema é o ministro dizer que não sabia de quem se tratava. Ou a serventia de sua presença ali em troca de um reles carro elétrico.
Um pouquinho de história
Consta que na eleição presidencial de 1960, o Marechal Lott, já na reserva e indicado candidato pela coligação governista PTB/PSD – a mesma que elegeu JK em 1955 – não abria concessões a ninguém e muito menos a parentes ou aderentes.
Talvez por isso – entre outras tantas razões – tenha perdido para Jânio Quadros que recebeu 48% dos votos do eleitorado, contra 32% dele e 20% a Ademar de Barros.
Após 15 anos de domínio do PSD, a oposição finalmente chega ao poder com uma bancada minoritária, protagonizando um conflito entre Poderes, que levaria o país à grande crise de agosto de 1961, marcado pela renúncia de Jânio e o veto dos militares ao vice-presidente Goulart.
Em certos aspectos, o excêntrico Jânio Quadros guarda algumas semelhanças com Jair Messias Bolsonaro, exceto pela cultura linguística, que ele tinha demais. Já o militar Henrique Teixeira Lott era um homem honesto que não fazia favor a um parente.
Cerco se fechando
A batata do coronel Élcio Franco está queimando. Em depoimento à CPI da Covid no Senado, o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, afirmou nesta quarta-feira, o ex-número 2 da pasta na gestão do general Eduardo Pazuello, foi quem coordenou todo o processo de negociação do governo para aquisição da Covaxin, vacina indiana mais cara de todas e sob investigação. Como revelou o Estadão, o preço aumentou de US$ 10 para US$ 15 por dose durante as negociações. Dias também afirmou que não cabia ao seu departamento, mas à Secretaria Executiva, fazer uma pesquisa de preço para saber se o valor cobrado pela Covaxin estava em acordo com o mercado internacional.
Fel Moon
Oito meses já se passaram da morte do ex-capitão do Bope, Adriano Magalhães de Nóbrega, e a fila andou para a viúva Júlia Emília Mello Lotufo. Júlia, que chegou a acompanhar Adriano em sua fuga perigosa para a Bahia, acaba se casar em comunhão total de bens com o empresário Eduardo Vinícius Giraldes Silva. Mas a Polícia Federal, segundo versões correntes, acredita que tem ‘maracutaia’ por trás desse amor e está investigando. Adriano da Nóbrega foi condecorado por Flávio em 2005 com a Medalha Tiradentes, mais alta honraria da Assembleia Legislativa do Rio por orientação do então deputado Jair Bolsonaro.
Albert Dickson
Em pronunciamento durante a sessão plenária desta quarta-feira 7, na Assembleia Legislativa, o deputado Albert Dickson (PROS) voltou a repercutir resultados recentes de pesquisas relacionadas à covid-19. De acordo com ele, um estudo da Universidade Federal de Santa Catarina comprova a ação da vacina tríplice viral MMR, que protege contra rubéola, caxumba e sarampo, para o aumento da imunidade inata contra a covid-19.
Volta ou não volta?
O deputado estadual José Dias (PSDB) defendeu ontem a permanência dos professores em casa. E usou como argumento para isso o alto custo de vida dos brasileiros e a falta de ação de alguns governos para diminuir os encargos e impostos de produtos essenciais, como a gasolina. “Um exemplo é o Rio Grande do Norte que tem a alíquota da gasolina altíssima e o povo não está podendo pagar e do valor total do litro, do qual 29% vão para o estado”, informou. E acrescentou: “É preciso prestar atenção e entender que esse debate fiscal e tributário vai muito mais além”.