Saldo mais negativo da indústria foi registrado pela construção civil (-219), principalmente o subsetor de obras de infraestrutura (-362). Foto: Reprodução
Aos poucos, o balanço negativo de abril de empregos com carteira assinada voltou a apresentar saldo positivo no Rio Grande do Norte.
Em maio, segundo pesquisa do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho, foram abertas 2.097 vagas, correspondentes à diferença entre 12.854 admissões e 10.757 desligamentos, uma discreta diferença de 0,48% no total de empregados.
Trata-se do segundo maior saldo potiguar de 2021, que registra quatro meses favoráveis às contratações.
Segundo uma análise da Federação das Indústrias do RN (Fiern), maio foi quase um mês atípico para o estado, considerando um período de baixa sazonal, quando costuma haver uma prevalência de saldos negativos na movimentação de mão de obra.
Na série histórica para meses de maio iniciada em 2010, apresentada na tabela, por exemplo, há apenas três registros de saldos positivos; e o resultado de maio é o segundo maior, atrás apenas do de 2010 (+3.450 vagas).
Este padrão se repetiu no conjunto da indústria, que abriu +284 vagas no mês, abaixo apenas das +1.939 geradas de 2010. Nos dados comparados da série, os de 2020 e de 2021 são do Novo Caged.
Todos os grandes setores assinalaram saldo positivo no mês, indicando que mais atividades vêm se adaptando às condições restritivas de proximidade física entre as pessoas.
É o caso do setor de serviços, que respondeu pelo maior volume de vagas criadas no mês (+1.045), com destaque para Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas com mais 620 vagas abertas.
Na sequência, vêm a administração pública, com contratações na educação (+148) e saúde (+156). O comércio, em segundo lugar, abriu 645 novos postos de trabalho e a indústria, incluindo a construção, gerou mais 284 vagas e a agropecuária, outras 123.
Segundo analistas ligados à Federação das Indústrias do RN, ainda sobre o balanço peculiar de maio, há duas informações quase que excepcionais para o período: vagas criadas no cultivo de melões, assim como na indústria sucroalcooleira.
O mais comum, segundo os especialistas, é que no quinto mês do ano estas atividades já se encontrem em baixa sazonal no RN e, portanto, com um mínimo de movimentação de mão de obra, se não negativo.
Mas como o Novo Caged é um modelo de estimativas considerado transitório, é possível que algumas informações computadas em maio se refiram a dados de meses anteriores, repassados com atraso pelas empresas.
Assim, no período janeiro-maio, do total de 7.798 vagas com carteira criadas no Rio Grande do Norte, estima-se que 2.117 tenham sido geradas pela indústria (27,1%). E que das 28.460 dos últimos 12 meses, o setor tenha contribuído com, aproximadamente, 6.127 (21,5%).
Quanto ao número de empregados em regime de CLT, o Novo Caged os estima em 440.039, dos quais 98.634 (22,4%) em atividades industriais.
Já na indústria, o saldo das mais 284 vagas de trabalho geradas pelo conjunto da indústria potiguar em maio teve como principal protagonista a extração mineral, especificamente o segmento de atividades de apoio à extração de petróleo e gás natural (+334), pelo segundo mês consecutivo.
Em seguida aparece o agrupamento de água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação (+88); dentro deste, o maior volume de vagas foi criado pela Coleta e tratamento de resíduos (+103).
O terceiro destaque foi o setor de transformação, com o maior saldo de vínculos criados pela fabricação de álcool (+192).
Apesar do balanço geral positivo, há também segmentos com destaques negativos dentro do setor de transformação, como a fabricação de estruturas pré-moldadas de concreto armado, em série e sob encomenda (-191), que havia assinalado repetidos saldos positivos em meses anteriores, até abril; e o segmento de confecção do vestuário e acessórios (-70).
O saldo mais negativo da indústria foi registrado pela construção civil (-219), principalmente o subsetor de obras de infraestrutura (-362), embora o segmento de construção de edifícios tenha assinalado desempenho positivo (+149).
No estado do Rio Grande do Norte, de acordo com os dados do Caged, Mossoró lidera o ranking como o município com melhor saldo positivo.
No mês de maio/2021 Mossoró contabilizou 2.153 admissões e 1.265 demissões, com saldo positivo de 888 postos de trabalhos mantidos (1,68% – variação relativa). Natal, a capital do RN, mesmo com um parque industrial mais amplo, atividades econômicas superiormente mais diversificadas, ficou bem atrás da capital do Oeste Potiguar, contabilizando 5.058 admissões e 4.658 demissões, mantendo apenas 406 postos de trabalho (0,19% – variação relativa).
A estatística mossoroense, divulgada na plataforma do Ministério da Economia, reflete também as iniciativas da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo (SEDAT), que mantém um setor específico para viabilizar o acesso da população às vagas de empregos. O Painel de Empregos, totalmente informatizado, possibilita que o desempregado em Mossoró encontre sua oportunidade no mercado de trabalho.
“Estamos vibrando com esse dado mais recente do CAGED que colocou Mossoró como líder entre os municípios do Rio Grande do Norte no assunto novos empregos. As perspectivas são boas e associando com as ações da gestão do prefeito Allyson Bezerra nós conseguiremos reconduzir Mossoró ao seu lugar merecido. A SEDAT continuará realizando seu trabalho com empenho para viabilizar que o cidadão consiga seu lugar no mercado de trabalho”, comemorou o secretário Franklin Filgueira.