Inovadora em diversos momentos, como a primeira marca a lançar um carro movido a etanol, a Fiat foi a última das dez marcas que mais vendem no país a apresentar um SUV compacto no mercado brasileiro. A resposta veio apenas no final do ano passado, com o lançamento do Pulse.
O modelo, que é produzido em Betim (MG), chegou ao Brasil quase duas décadas depois do Ford EcoSport, pioneiro no segmento. Durante esse período, a Fiat aproveitou bem as configurações aventureiras dos seus produtos, batizadas de Adventure, Trekking e Way. Vários modelos ganharam um aspecto off-road, desde a perua Weekend ao veterano Uno.
Um dos últimos carros da empresa que apresentou essas características foi o Argo Trekking, hatchback que se assemelha bastante com o Pulse. Além do vão livre mais alto, a grande diferença entre eles é a linha de cintura mais alta, que reflete em maior altura da cabine, no SUV.
Com 4,09 metros de comprimento, 1,77 m de largura e 1,57 m de altura, o Pulse é menor do que rivais como Hyundai Creta (4,30 m, 1,79 m e 1,63 m) e Renault Duster (4,37 m, 1,83 m e 1,69 m), por exemplo.
Seu porte é mais próximo de dois modelos que deixaram o mercado recentemente: Caoa Chery Tiggo 3x (4,20 m, 1,76 m e 1,57 m) e Honda WR-V (4,07 m, 1,73 m e 1,59 m).
Desta vez, avaliei a versão mais acessível do Pulse, batizada como Drive. Era uma unidade da linha 2022 que tinha com único opcional a central multimídia.
Na linha 2023, que foi lançada nesta semana, a empresa cobra pelo veículo R$ 96.290, e são opcionais as rodas de liga leve de 16 polegadas (R$ 2 mil) e a central multimídia (R$ 2.500) – que agora inclui câmera de ré.
Opção mais barata entre os SUVs compactos, o Pulse Drive tem preço próximo do Stepway, hatch aventureiro da Renault, que custa R$ 95.990 na versão Zen.
Experiência com o veículo
Gostei de guiar o Pulse. A direção com assistência elétrica é precisa e a suspensão é bem calibrada. O motor 1.3 aspirado, que equipa modelos como Strada e Argo, desenvolve bem com os 1.187 kg do veículo.
Esse propulsor rende 107 cv de potência com etanol, a 6.250 rpm e 98 cv com gasolina, resultado obtido a 6 mil rpm. O torque máximo é de 13,7 kgfm com etanol (4 mil giros) e 13,2 kgfm com gasolina (4.250 giros).
O motor é associado a uma transmissão manual de cinco velocidades que tem bons engates. Com etanol, a média de consumo urbana foi de 9,8 km/l e na estrada chega aos 11,7 km/l.
O bagageiro deste Fiat tem capacidade para 370 litros |
No geral, o Pulse é uma boa opção para quem tem um hatch compacto, quer migrar para a categoria dos SUVs compactos e busca um produto mais acessível, sem requintes mecânicos como freios a disco nas quatro rodas e suspensão traseira independente.
As revisões devem ser feitas a cada 10 mil quilômetros ou a cada 12 meses, o que ocorrer primeiro. O custo médio de cada uma das seis primeiras é de R$ 683,33.
Ranking de emplacamentos
No mercado baiano, a liderança do segmento é do Hyundai Creta. No acumulado de vendas de janeiro a junho, o representante da Hyundai teve 1.536 emplacamentos no estado.
A segunda posição é o Chevrolet Tracker (1.092), que é seguido pelo Pulse (894), terceiro mais licenciado na Bahia. O Volkswagen T-Cross (896) é o quarto e, o Jeep Renegade (725), o quinto.
No Brasil, o cenário é diferente: liderança do VW T-Cross (32.869), seguido pelo Hyundai Creta (29.253), Chevrolet Tracker (26.960) e Jeep Renegade (24.879). O Pulse (24.035) é o quarto, na frente do Nissan Kicks (17.087), quinto.