A obra de reforma do Hospital Otávio Mangabeira, do Governo do Estado, está prevista para durar entre 10 e 12 meses e, por isso, o fechamento de parte do hospital deve para acontecer no próximo dia 12 de julho. Esse foi motivo para uma carreata dos servidores públicos e trabalhadores do local, organizado por entidades sindicais.
A concentração começou às 8h em frente ao Hospital e seguiu até a Secretaria de Saúde do Estado, onde foi entregue ao secretário Fábio Villas Boas um documento com a posição dos servidores da unidade. De acordo com os sindicatos, o protesto é contra o fechamento do hospital, que “vai levar a transferência de profissionais de forma unilateral, que vai ocasionar perdas salarias de benefícios como insalubridade e GID”.
“Queremos que o governador e o secretário de saúde garantam o atendimento especializado nas doenças do trato respiratório, mantendo, também, os direitos econômicos dos trabalhadores e o retorno deles, ao local de trabalho, após a reforma”, acrescentou o Dijalma Rossi, diretor do Sindsaúde Bahia.
O movimento também protesta pela garantia de assistência aos pacientes e sobre a terceirização da mão de obra e o não enfraquecimento do SUS. “Estamos preocupados com os pacientes. Não foi discutido, em nenhum momento, a transferência deles. Pacientes de tuberculose, moradores de rua e privados de liberdade, não se tem definição. No estado, não há outro hospital que possa receber os pacientes de tuberculose das cidades do interior. Também estamos preocupados com a situação dos servidores do HEOM, que transferidos vão ter perdas salariais. Não podemos permitir”, concluiu Kleide Nabuco, membro da Comissão dos Servidores do HEOM.
Entretanto, de acordo com o Governo do Estado, durante as obras, o ambulatório de pneumologia, que contempla serviços assistenciais nas áreas de Fibrose Cística, Asma Grave, Tuberculose, Controle de Tabagismo, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) e Pós-Covid-19, permanecerá funcionando e atendendo cerca de 4 mil pessoas por mês. Também permanecerão funcionando normalmente o serviço de bioimagem e o laboratório especializado, que faz análises diferenciadas, como o teste do suor.
Já aqueles pacientes diagnosticados com tuberculose e HIV e que necessitam de hospitalização, passarão a ser atendidos no Instituto Couto Maia. Os demais tuberculosos receberão atendimento nas unidades assistenciais de longa permanência. Os serviços de infectologia clínica, vascular e cirurgia torácica serão incorporados por outras unidades da rede estadual na capital baiana.
Sem negociação
Ainda de acordo com nota publicada pelo Sindimed, o Hospital Octávio Mangabeira começou a ser esvaziado, a revelia das entidades médicas, que estavam negociando, com a Sesab, a melhor forma de fazer uma reforma no prédio hospitalar. “Com esta decisão o Governo desrespeita todas as entidades médicas do Estado da Bahia bem como processos que correm no Ministério Público além de entidades arquitetônicas que querem preservar a aparência original do prédio histórico”, diz o pronunciamento.
O Sindimed ainda afirma que a comunicação do fechamento do Hospital pegou à todos de surpresa e solicita à Sesab que suspenda o início da obra programada para o dia 12/07/2021, até que a questão seja propriamente discutida.
Estiveram presentes profissionais membros do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, (Sindsaúde Bahia), Sindicato dos Enfermeiros da Bahia (Seeb Ba), Sindicato dos Farmacêuticos do Estado da Bahia (Sindifarma Ba), Sindicato dos Médicos do Estado da Bahia (Sindimed-Ba) e do Sindicato dos trabalhadores em Saúde da Rede Privada (Sindisaúderp).
O que vai mudar?
Após a reforma, o hospital passará a ter 168 leitos, sendo 39 de UTI adulto e pediátrica, além de enfermarias dedicadas a pacientes de cirurgia torácica, cirurgia de cabeça e pescoço e oncologia. Haverá modernização em toda a unidade, incluindo a substituição de toda a rede elétrica e hidráulica, construção de banheiros nas enfermarias, novas torres de elevadores, novas UTIs, novo centro cirúrgico, além de caixa d’água superior e novo telhado.
Durante o período das obras, os servidores estaduais serão realocados nas unidades da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), seguindo a linha de cuidado, a exemplo da vascular, pneumologia e cirurgia torácica. São cerca de 830 profissionais da assistência, sendo 487 estatutários.
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