A Bahia é o estado do Nordeste mais afetado pela emergência das áreas áridas
A expansão das áreas semiáridas e o surgimento de áreas áridas no Nordeste estão ultrapassando o tamanho do estado de São Paulo. Esse fenômeno tem sido observado de forma alarmante na região, com um total de 282 mil quilômetros quadrados abrangendo quatro estados, incluindo a Bahia. Esse cenário preocupante foi revelado por uma pesquisa conduzida pelo meteorologista coordenador do Lapis (Laboratório de Processamento de Imagens de Satélite) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Humberto Barbosa.
A pesquisa destacou a emergência da aridez em áreas da Bahia, principalmente no Norte do estado, o que torna ainda mais urgente a gestão dos recursos hídricos. O presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica dos Rios Baianos do Entorno do Lago do Sobradinho, Ivan de Aquino, ressaltou que o avanço da aridez na região está diretamente ligado às mudanças climáticas, que têm ampliado os problemas enfrentados pela área. O projeto inicial da barragem no rio São Francisco, que visava apenas regularizar as cheias e impulsionar a agricultura local, acabou se transformando em um complexo de energia hidrelétrica, resultando na realocação de quatro cidades em 1976.
Ivan alertou para a necessidade de adotar medidas urgentes para conter os impactos negativos e preservar o ecossistema único da região. Ele ressaltou que as mudanças climáticas não são mais apenas uma preocupação futura, mas uma realidade presente que já está transformando drasticamente o entorno. A desertificação avança rapidamente, comprometendo a biodiversidade local e ameaçando extinguir espécies importantes. Segundo ele, é preciso agir com rapidez para mitigar esses efeitos antes que seja tarde demais.
O presidente do Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios Frades, Buranhém e Santo Antônio e coordenador-adjunto do Fórum Baiano de Comitês de Bacias Hidrográficas (FBCBH), Marcos Bernardes, enfatizou a importância de compreender as implicações das mudanças climáticas e adotar medidas mitigatórias. Ele destacou que os efeitos da expansão das áreas áridas podem ter repercussões além das regiões diretamente impactadas, afetando, por exemplo, a geração de energia hidrelétrica e a produção de frutas.
Bernardes alertou para a possibilidade de mais áreas serem afetadas se medidas eficazes não forem implementadas. Ele enfatizou que as populações mais vulneráveis enfrentam uma situação de dependência e prejuízo à cidadania, ressaltando a urgência de ações para mitigar os impactos das mudanças climáticas.
Em resumo, a Bahia enfrenta desafios significativos decorrentes das mudanças climáticas e da expansão das áreas áridas. É fundamental agir com urgência para proteger o ecossistema da região e garantir um futuro sustentável para as comunidades locais. A gestão eficaz dos recursos hídricos e a implementação de medidas mitigatórias são essenciais para enfrentar esse cenário preocupante e preservar a rica biodiversidade da Bahia.