A Polícia Federal decidiu enviar drones para ajudar na captura de presos que escaparam da penitenciária federal de Mossoró na última quarta-feira 14 – Foto: PF / REPRODUÇÃO
Uma equipe de 100 agentes da Polícia Federal, 100 da Polícia Rodoviária Federal e 100 agentes das forças policiais locais está atuando na busca pelos dois presos que escaparam da Penitenciária Federal de Mossoró (RN).
Também estão sendo utilizados nas buscas três helicópteros (um da Polícia Federal, um da Polícia Rodoviária Federal e um do governo do Rio Grande do Norte) e drones para auxiliar na procura pelos fugitivos.
“Todos os esforços das autoridades federais e locais e com equipamentos importantes como helicópteros e drones estão voltados para a recaptura desses dois fugitivos”, destacou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.
Segundo o ministro, as autoridades acreditam que os fugitivos estão em um perímetro de 15 quilômetros de distância do presídio, onde fica uma zona rural.
“Não identificamos nenhum veículo que os tenha buscado quando transpuseram a grade do presídio. Também não temos notícia de furto ou roubo de veículo na região. Portanto, imaginamos que esses fugitivos devem ainda se encontrar naquela região”, conclui Lewandowski.
Os nomes de Deibson Cabral Nascimento (33) e Rogério da Silva Mendonça (35) foram incluídos no sistema de difusão vermelha da Interpol, que reúne os criminosos procurados mais perigosos do mundo. Com isso, os fugitivos podem ser capturados em qualquer dos 196 países membros da Interpol.
Para apurar as causas da fuga estão sendo realizadas dois tipos de investigação: uma de caráter administrativo, para apurar responsabilidades disciplinares e um inquérito policial que foi aberto no âmbito na Polícia Federal, para apurar eventual responsabilidade de natureza criminal e a participação de pessoas que possam ter facilitado a fuga dos dois detentos.
Fuga de integrantes do CV foi às 3h30 e captada por câmeras, aponta investigação
A fuga dos dois presos foi filmada e há imagens deles cortando alambrados, segundo o corregedor do presídio, Walter Nunes, disse nesta quinta-feira 15 à GloboNews.
“O problema é que os presos saíram da cela e saíram andando por dentro da unidade prisional sem que tivessem sido detectado pelas câmeras. Mas não é que não foram detectados pela câmeras. Temos imagens, já se sabe que tem imagens. Mas não foi identificado que ali estava uma pessoa fugindo da unidade prisional”, afirmou o juiz.
Os equipamentos teriam registrado o momento em que a dupla, por volta das 3h30 de quarta-feira 14, passa por uma área de obra e atravessa um alambrado. Eles vestiam o uniforme do complexo, de cor azul.
Os policiais penais notaram a ausência dos internos apenas por volta das 5h30, no momento da contagem dos presos, que antecede o café da manhã.
Os criminosos teriam saído pelo teto da cela, por meio de um buraco na parte da placa metálica.
Eles também teriam arrancado a fiação responsável pela iluminação das celas.
A dupla seguiu pelo pátio carregando objetos cortantes usados para fazer uma abertura no alambrado e fugiu.
A polícia apura a possível participação de funcionários envolvidos em uma obra no presídio.
Segundo Walter Nunes, os dois usaram ferramentas encontradas em uma “obra de aperfeiçoamento em relação às áreas de comodidade”, e não era uma obra estrutural ou de necessidade de reforço do teto da cela.
“Naturalmente, em uma unidade prisional de segurança máxima, depois de ter terminado expediente da obra, esses utensílios não poderiam ficar disponíveis no local. Esse é um problema de protocolo, não é possível permitir acesso dessa natureza”, afirmou o juiz na entrevista de ontem.
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As investigações sobre a fuga de dois detentos de uma penitenciária federal em Mossoró, no Rio Grande do Norte, apontaram para uma residência situada a cerca de sete quilômetros da unidade prisional. O imóvel — um rancho numa área rural — foi invadido na mesma madrugada em que a dupla escapou, o que reforça a hipótese de que exista uma relação entre os dois episódios.
Do local, após arrombamento, sumiram uma série de itens que também corroboram a possibilidade de que os fugitivos estiveram ali, embora o elo entre os dois fatos ainda não tenha sido confirmado oficialmente, até o momento, pela Polícia Federal (PF).
Os invasores levaram biscoitos, roupas, pares de tênis, pão de forma, queijo, margarina, melancia e fósforo.
Ainda não se sabe ao certo como a distância entre a penitenciária e o Rancho da Caça, onde fica a residência arrombada, teria sido percorrida pelos dois presos. Para cruzar o trajeto a pé em um ritmo normal, por exemplo, seriam necessárias quase duas horas.