O custo da cesta básica apresentou alta em todas as capitais pesquisadas. Foto: Ney Douglas.
No acumulado do primeiro semestre de 2022, Natal registrou a maior alta no preço da cesta básica de alimentos entre 17 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A variação na capital potiguar foi de 15,53%, seguida de Aracaju (15,03%); Recife (15,02%) e João Pessoa (14,86%). Neste ano, o custo da cesta básica apresentou alta em todas as capitais pesquisadas.
Hoje, o valor do conjunto de alimentos básicos é de R$ 611,79 e corresponde a mais de 50% do valor do salário mínimo líquido deste ano. Em maio, a cesta básica custava R$ 586,42. O Dieese ainda aponta que em junho de 2022, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 6.527,67, ou 5,39 vezes o mínimo de R$ 1.212,00. Em maio, o valor necessário era de R$ 6.535,40, ou 5,39 vezes o piso mínimo.
Entre maio e junho, nove cidades registram alta e os maiores aumentos ocorreram no Nordeste. A variação mensal da capital potiguar foi de 4,33%, sendo a segunda mais alta. Fortaleza liderou com aumento de 4,54% e João Pessoa ficou em terceiro (3,36%). Oito cidades apresentaram reduções, sendo que as mais expressivas foram registradas no Sul: Porto Alegre (-1,90%), Curitiba (-1,74%) e Florianópolis (-1,51%).
A pesquisa ainda mostra que, em junho de 2022, o tempo médio necessário comprometido pelo trabalhador natalense para adquirir os produtos da cesta básica foi de 121 horas e 26 minutos, maior do que o registrado em maio, de 120 horas e 52 minutos. Em junho de 2021, a jornada necessária ficou em 111 horas e 30 minutos. Considerando o salário mínimo líquido, em junho de 2022, após o desconto de 7,5% da Previdência Social, o trabalhador precisou comprometer 54,57% da remuneração para adquirir os produtos da cesta básica, que é suficiente para alimentar um adulto durante um mês. Em maio de 2022, o percentual foi de 52,31% e, em junho de 2021, ficou em 49,16%.
Entre junho de 2022 e junho de 2021, todas as capitais tiveram alta de preço, com variações que oscilaram entre 13,34%, em Vitória, e 26,54%, em Recife.
Produtos em alta
Entre os produtos com maior aumento em Natal no acumulado do ano estão: o feijão carioquinha (29,56%); o óleo (27,89%), o tomate (25,04%) e a farinha (23,23%). Em junho, entre os doze produtos que compõem a cesta básica, nove tiveram aumento nos preços médios na comparação com o mês anterior: tomate (20,94%), feijão carioquinha (11,21%), leite integral UHT (6,91%), pão francês (3,21%), açúcar refinado (3,01%), manteiga (2,39%), farinha de mandioca (1,49%), café em pó (0,88%) e óleo de soja (0,60%). Os outros três produtos apresentaram redução no preço médio: banana (-1,83%), arroz agulhinha (-1,18%) e carne bovina de primeira (-0,40%).