A vendedora Maria Elizabeth Rosa, de 51 anos, e seu filho de 16 anos foram subitamente despertados na madrugada de domingo (28) por uma enchente que invadiu sua casa e destruiu todos os bens materiais que a família havia conquistado ao longo dos anos. “Perdi tudo, só restou minha vida”, lamentou a mulher, que está entre os desalojados do município atingido por um temporal.
Maria Elizabeth disse que ela e o filho estavam dormindo quando, por volta das 2h30, o garoto foi acordado pelo cachorro da família, que pulou na cama. “Quando meu filho colocou os pés no chão, a água já estava chegando à metade do corpo dele”, relatou a vendedora. Quando ela se levantou, todos os móveis da casa já haviam sido danificados. “Estava tudo alagado, cama, guarda-roupas, sofá. Minha geladeira boiou”, lamentou a mulher, que conseguiu abrigo na casa de vizinhos.
Sem documentos e apenas com a roupa do corpo, Maria Elizabeth e seu filho ainda não tinham conseguido almoçar até as 13h deste domingo. Em entrevista ao jornal O TEMPO, ela explicou que equipes da Defesa Civil municipal estavam nas ruas, mas ela ainda não havia recebido qualquer atendimento. “Estou na rua com meu filho, sem comida, cheia de lama, muito suja. Estamos na miséria”, declarou a mulher, emocionada.
Chuva deixou rastro de destruição em Açucena
O centro de Açucena, onde Maria Elizabeth mora, foi um dos bairros mais afetados pelo temporal que atingiu o município entre a noite de sábado (27) e a madrugada deste domingo. A chuva elevou o nível de um ribeirão que passa pela região. Também houve deslizamentos de terra e as casas foram invadidas por grande volume de lama.
Imagens que circulam nas redes sociais mostram que carros foram arrastados e houve queda de árvores e postes, além de uma ponte ter ficado completamente destruída. As quedas de barreiras também interditam vias de acesso à região.
A Prefeitura de Açucena decretou situação de emergência devido aos estragos provocados pela chuva e autorizou a mobilização de todos os órgãos municipais para atuarem sob direção da Defesa Civil municipal a fim de atender atingidos e reconstruir a cidade. Ainda não há balanço com número de desabrigados e desalojados.