A família da estudante de química da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Juliana Vieira, de 21 anos, que foi encontrada em estado grave no campus Pampulha da instituição, na quinta-feira (14) passada, comemorou, na noite desta terça-feira (19), a melhora no quadro da jovem e deu detalhes sobre o que foi registrado pelas câmeras de segurança da UFMG. As imagens foram liberadas pela instituição para apoiar na elucidação do caso.
Desde que a situação ganhou o noticiário, após uma postagem feita nas redes sociais, no último domingo (17), muitas dúvidas sobre o que teria ocorrido com a menina surgiram. A própria família de Juliana divulgou telefones de contato e pediu ajuda de quem tivesse informações sobre o que ocorreu com a garota.
Nesta terça-feira, após ficar alguns dias em coma em um hospital de Nova Lima, na região metropolitana, a jovem abandonou o quadro e conseguiu se comunicar com os familiares, mesmo que com dificuldade. A situação foi comemorada. “Ela respondeu bem a todos os testes até o momento e está realizando vários exames para poder ajudar com o diagnóstico efetivo do que houve com ela na noite da quinta-feira”, disse o texto.
Câmeras de segurança
A família informou que teve acesso, nesta terça, às imagens das câmeras de segurança da UFMG. O material foi cedido pela instituição para apoio na elucidação do caso. Em nota, os entes de Juliana disseram que o vídeo mostra que a jovem “atravessou a avenida Antonio Carlos sozinha, chegou à portaria bem consciente, apresentou seu documento de identificação para entrar na sede da universidade”.
Em seguida, ainda segundo o texto, ela “caminhou tranquilamente até próximo ao prédio da Fafich (Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas), e somente aí, demonstra de fato sentir algo”. É importante relembrar que, de acordo com a madrasta da estudante, Cristiane Rodrigues, exames descartaram a presença de drogas no corpo dela e detectaram baixo teor de álcool.
Apoio
Ainda na nota de agradecimento, a família relatou que recebeu ajuda de vários estudantes nos últimos dias. Os parentes de Juliana fizeram questão de enfatizar que apenas pediram ajuda em rede social – o que acabou gerando, segundo eles, “as proporções de mídia que todos puderam acompanhar”, porque precisavam obter informações de como “uma menina que estava se divertindo com alguns amigos” passou para “uma menina que é encontrada com convulsões e logo em seguida intubada e inconsciente”.
“Agradecemos a todos que puderam ajudar e solicitamos a todos que entendam nosso silêncio a partir de agora. À medida em que ela estiver bem, poderá com tranquilidade, se lembrar o que se passou durante este percurso e aí, sim, caso os exames ainda não demonstrem nada, talvez ajudar a descobrir o que de fato se passou”, disseram os familiares.
O caso
Conforme relato de familiares e amigos, a estudante estava perto da universidade, por volta de 21h40, quando se afastou dos amigos para tomar água. Pouco tempo depois, por volta de 22h05, ela foi vista por uma outra aluna que logo percebeu que ela não estava bem e a ajudou. O caso se tornou conhecido após uma postagem nas redes sociais, feita no último domingo (17).
“A pessoa viu que ela estava passando mal, perguntou o que ela estava sentindo, mas a Juliana já não conseguia falar, explicar o que sentia ou se alguém a tinha abordado”, contou a madrasta da estudante, Cristiane Rodrigues. A pessoa que encontrou Juliana afirmou que a jovem começou a ter convulsões, caiu e não se levantou mais. Segundo a madrasta da estudante, uma testemunha contou ter visto um grupo carregar uma “moça pequena”, com vestes pretas, antes de ela receber auxílio.
A jovem foi atendida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e levada para o Hospital João XXIII, no bairro Santa Efigênia, na região Leste de BH. Em seguida, porém, foi transferida para o Hospital Vila da Serra, em Nova Lima, na região metropolitana da capital. Juliana foi internada na quinta-feira (14) e entrou em coma. Nesta terça-feira (19), a jovem saiu do coma, mas está com dificuldade de comunicação. Ela apenas responde “sim” e “não” para algumas questões.