Com o cenário ainda em aberto, as pesquisas de intenção de voto dos próximos meses devem ditar os rumos das alianças da esquerda em Belo Horizonte. A sete meses das eleições, a expectativa, segundo interlocutores, é que dificilmente haverá acordo ou alianças de união entre os candidatos no primeiro turno.
Com várias pré-candidaturas de partidos de esquerda já lançadas, a união em uma única chapa só ocorreria se até agosto um dos concorrentes disparasse nas sondagens de intenções de voto e se mostrasse competitivo. Sem esse movimento, a tendência é que haja várias candidaturas de esquerda com o objetivo de marcar posição.
Além disso, todos os partidos de esquerda até agora têm sinalizado que não estariam dispostos a apoiar a reeleição do prefeito Fuad Noman (PSD) no primeiro turno. Essa composição só seria feita no segundo turno, em um cenário em que o atual prefeito estivesse em disputa contra um candidato da direita. Como o PT não abrirá mão de sua candidatura, o entendimento é que é importante que todos os pré-candidatos aproveitem as eleições para ampliar a visibilidade com o eleitor.
Dessa forma, também não haveria a intenção da federação formada por PSOL e Rede de abrir mão de sua candidatura para apoiar o deputado federal Rogério Correia (PT), já que, segundo as últimas pesquisas de intenção de voto, o parlamentar não aparece como cotado para um eventual segundo turno.
Nesse contexto, o entendimento de correligionários da federação PSOL-Rede é que não vale a pena abrir mão de um nome para apoiar já no primeiro turno um candidato com poucas chances de crescer na disputa. Por isso, a vontade de algumas lideranças do PT em ter as deputadas estaduais Bella Gonçalves (PSOL) ou até mesmo Ana Paula Siqueira (Rede) como vice não deve prosperar.
A intenção do partido é que Rogério tenha uma vice mulher e jovem. De acordo com interlocutores da legenda, a expectativa é que a escolha da vice da chapa do PT dependa, talvez, de um acordo da sigla com outras legendas que são fortes no Nordeste, como é o PSB.
O evento da federação PT/PV/PCdoB que oficializou a candidatura de Rogério Correia no último mês foi visto, inclusive, por interlocutores, como uma forma de o PT evitar que acontecesse o que ocorreu com a federação PSOL-Rede.
Nessa última, não há unidade dentro das legendas sobre quem será o candidato, e vários nomes já se lançaram como pré-candidatos: as deputadas Ana Paula Siqueira e Bella Gonçalves e o ex-vice-prefeito de BH Paulo Lamac (Rede). Até o início de agosto, a federação terá que decidir o nome que sairá para a disputa.
Hoje, pelo menos cinco pré-candidaturas de esquerda já se colocaram na disputa, contando com a deputada federal Duda Salabert (PDT). (Com Letícia Fontes)