Michael: “Esse povo precisa de um tratamento psiquiátrico urgente” (Foto: João Gilberto/ALRN)
O deputado Michael Diniz (SDD), recém-empossado como suplente do deputado licenciado Kelps Lima (SDD) na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, criticou a comunidade LGBTQIA+ e sugeriu tratamento psiquiátrico às pessoas que, em seu entendimento conservador, participam de atos contrários ao que considera cristianismo. A fala ocorreu em pronunciamento nesta quarta-feira 22, após o deputado Coronel Azevedo (PL) descrever seu PL que proíbe os atletas transsexuais de participarem de competições esportivas no Estado, sob pena de multa às federações, entidades e clubes desportivos que desobedecerem à regra.
Michael Diniz abordou uma matéria jornalística que mostra uma transsexual posando para uma sessão fotográfica vestida como Nossa Senhora, o que ele disse ser uma “chacota contra os cristãos e um fardo aos conservadores”. Disse ainda não entender “esse povo” e que “esse povo” precisa fazer tratamento médico psiquiátrico.
“Eu, sinceramente, não entendo esse povo. Pedem respeito e desrespeitam a fé alheia. Não têm o menor senso ético e moral. É uma libertinagem extremamente acentuada. Querem corromper as crianças, sensualizar, querem queimar a bíblia, como já fizeram. Sinceramente, eu acredito que esse povo precisa de um tratamento psiquiatra (SIC) urgente. Não é normal essa falta de respeito”, disparou.
Michael Diniz disse repudiar o movimento LGBTQIA+ e convocou conservadores a se posicionarem contra a comunidade, que sofre com o crescimento da violência causada pelo preconceito e homofobia. De acordo com o Relatório de Mortes Violentas de LGBT+ no Brasil ocorridas em 2021, do Grupo Gay da Bahia, 300 LGBT+ (lésbicas, gays, bissexuais, transsexuais, entre outros) sofreram morte violenta no Brasil no ano passado, número que representa 8% a mais do que no ano anterior, sendo 276 homicídios e 24 suicídios.
“Quero registrar meu repúdio e meu desprezo por todo esse movimento LGBT. O homossexual, que é diferente daquela pessoa que participa do movimento, tem todo meu respeito. Todos nós temos nossos defeitos, todos nós temos nosso jeito de querer seguir a vida, ninguém é perfeito. Agora, esse movimento não cabe mais em nossa sociedade. Até quando vamos suportar essas coisas e ficar calado? Até quando a sociedade vai ver essa depravação e nada vai fazer?”, questionou.
SOLIDARIEDADE EMITE NOTA OFICIAL SOBRE EPISÓDIO
O diretório estadual do Solidariedade divulgou nota oficial sobre o caso, em que afirma não concordar e não possuir, entre suas atividades, posições de cunho de preconceito ou discriminação de qualquer forma. E não concorda com as posições do deputado Michael Diniz, que não refletem a opinião formal do partido e não fazem parte das bandeiras partidárias.
“Muito pelo contrário, o partido é formado sob a base de que todos devem e podem encontrar em na agremiação uma plataforma para discutir e defender suas ideias com tolerância e respeito”.