A excessiva busca de protagonismo por parte do presidente da Câmara de Vereadores de Salvador e vice na chapa da base aliada ao Palácio de Ondina, Geraldo Júnior (MDB), criou um alto nível de incômodo no comando da pré-campanha de Jerônimo Rodrigues (PT) ao governo do estado. De forma reservada, integrantes da equipe responsável pela estratégia do petista na disputa reclamam da postura adotada por Geraldo nos eventos organizados para dar visibilidade a Jerônimo. Em especial, criticam a frequência com a qual o emedebista age para ocupar o mesmo espaço de destaque reservado ao candidato do PT na vitrine, comportamento traduzido internamente como clara intenção de roubar a cena.
Cheguei chegando
“A vaidade de Geraldo vem atrapalhando o trabalho para dar a Jerônimo papel central, com um vice querendo aparecer mais que ele. É ostensivo como impõe sua presença, feito coadjuvante que tenta tomar o lugar do ator principal”, desabafou um membro da pré-campanha petista.
Sinuca de bico
O mal-estar com a personalidade de Geraldo Júnior ganhou intensidade maior com as dificuldades para frear a cobiça do vice pelos holofotes. A primeira está ligada ao perfil de Jerônimo Rodrigues. Além da trajetória de atuação nos bastidores e de nunca ter concorrido a um mandato eletivo, o petista é conhecido pelo temperamento pouco expansivo, que lhe confere uma timidez incomum em candidatos ao governo do estado. A outra se deve à resistência da articulação política do PT em cobrar discrição do aliado e gerar atritos às vésperas da campanha oficial.
Regra pela metade
A Secretaria de Segurança Pública determinou que a logomarca do governo federal, cujo slogan é “Pátria Amada Brasil”, fosse coberta com material plástico ou papelão em todas as viaturas das polícias Civil e Militar da Bahia onde ela aparece, sob a alegação de cumprir o que manda a lei eleitoral. Até aí, tudo bem. O problema é que a ordem não se estendeu à marca oficial do governo do estado, que continua exibida nos veículos, tanto os que foram doados pela União quanto os que pertencem à frota de carros alugados para uso das forças policiais.
Perdas e ganhos
Antigo braço-direito da primeira-dama do estado, Aline Peixoto, foi exonerado do cargo que ocupava no governo baiano após se recusar a escrever uma carta aberta com críticas duras contra o prefeito de Jequié, Zé Cocá (PP). Ao negar o pedido, justificou que, embora tivesse rompido a aliança com o PT, Cocá era seu amigo pessoal. Em gratidão ao aliado punido pela desobediência, Cocá o acomodou de imediato na União dos Municípios da Bahia (UPB), da qual é presidente.
Viés de alta
Entre os cardeais da oposição, é crescente o número de apostas sobre a escolha de uma mulher para a vaga de vice do ex-prefeito ACM Neto (União Brasil) na sucessão estadual. O prognóstico disparou sobretudo na bolsa formada por deputados do bloco.
Essa é uma decisão muito importante na minha vida pública. E tomo ela, sem sombra de dúvidas, por saber quem é o melhor nome para a nossa cidade e para toda a Bahia
Cezar de Adario, prefeito de Milagres e membro do PP, ao oficializar ontem apoio ao ex-prefeito ACM Neto na corrida pelo governo do estado