O Brasil ocupa o terceiro lugar na lista de países com maior participação feminina na ciência, com um aumento significativo na proporção de pesquisadoras que assinam publicações científicas no país nos últimos 20 anos. De acordo com o relatório da Elsevier-Bori, intitulado Em direção à equidade de gênero na pesquisa no Brasil, lançado recentemente, a porcentagem passou de 38% para 49%. A Agência Bori, em parceria com a empresa holandesa Elsevier, tem como missão promover a valorização das evidências científicas por meio da divulgação à imprensa.
O estudo feito com base na base de dados Scopus da Elsevier revelou que Argentina e Portugal ocupam os primeiros lugares no ranking, com a maioria (52%) de mulheres como autoras de artigos científicos. O relatório também destacou o crescimento da participação feminina na produção científica nas áreas de STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática em inglês), que passou de 35% em 2020 para 45% em 2022. No entanto, houve uma desaceleração no aumento da presença das pesquisadoras nessas áreas desde 2009-2010.
Apesar dos avanços, ainda existem desafios a serem superados, como a necessidade de equilíbrio na participação das pesquisadoras, independentemente do tempo de experiência. O relatório apontou que, entre os anos de 2018 e 2022, a presença de mulheres como autoras ou coautoras em publicações científicas diminui à medida que a carreira avança, com uma queda de 51% para 36% entre pesquisadoras com mais de 21 anos de experiência.
Além disso, a presença majoritária de homens em áreas como matemática (19%), ciência da computação (21%) e engenharia (24%) também evidencia a necessidade de medidas para reduzir a desigualdade de gênero nessas áreas. Em relação às patentes de inovação, os homens ainda dominam o cenário, com uma participação feminina estagnada entre 3% e 6% nos últimos 15 anos. No entanto, quando homens e mulheres são creditados como inventores, a porcentagem aumenta de 24% em 2008 para 33% em 2022.