Depois que a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) confirmou a morte de três morcegos por raivano início desse mês, teve início a operação de bloqueio sanitário para conter a circulação do vírus em duas das nove regionais da cidade. As estratégias de contenção serão aplicadas nas regiões da Pampulha e Leste.
A operação, montada pela prefeitura, prevê o oferecimento porta a porta de vacinação contra a doença para cães e gatos, além de campanha de conscientização da população sobre procedimentos para evitar a enfermidade, cuja letalidade se aproxima dos 100% quando desenvolvida no organismo humano.
Na Pampulha foram encontrados dois morcegos mortos pela doença, e na Leste um. Nos 12 meses do ano passado foram localizados 15 animais mortos com o vírus da raiva em toda a capital.
O diretor de zoonoses da prefeitura, Eduardo Viana Gusmão, afirma que o bloqueio em vigor hoje nas duas regionais é realizado todas as vezes que morcegos são encontrados mortos e ocorre a confirmação que o óbito foi pela doença.
“O que preocupa não é o número de casos, mas a circulação do vírus da raiva dentro de uma área urbana”, afirma o diretor. O temor envolve, principalmente, a possibilidade de animais domésticos como cães e gatos terem contato com os morcegos e, posteriormente, passarem a doença a seres humanos.
Isso porque, quando têm raiva, morcegos apresentam comportamento diferente do habitual, podendo, por exemplo, serem encontrados no chão, e não nas árvores, o que facilita o contato com animais domésticos. A transmissão da doença de cães e gatos para o homem ocorre via saliva.
A conscientização da população das regionais sob esquema de bloqueio de circulação do vírus, feita pelos agentes da prefeitura, pede que, ao se encontrar um morcego vivo ou morto no chão, um balde ou caixa seja colocado sobre o animal para evitar o contato de pets. A Secretaria de Zoonoses também deve ser acionada imediatamente.
Os três morcegos encontrados nas duas regionais são frugívoros, ou seja, se alimentam de frutas. Essa é a espécie encontrada em centros urbanos, enquanto os hematófagos, que se alimentam de sangue, vivem em áreas rurais.
Desde 1984 não há casos de raiva em seres humanos em Belo Horizonte. Porém, depois de 34 anos sem ocorrências em animais domésticos, foram confirmados em dezembro de 2021 um caso de raiva em uma gata na Pampulha e em um cão em maio de 2022 na regional Noroeste.