A honestidade do candidato será a característica mais considerada pelos eleitores de Belo Horizonte no momento de definir os votos para prefeito e vereador da capital. É o que revela a segunda rodada da pesquisa DATA HORA a medir o cenário para o pleito municipal em outubro deste ano. Para 40,4% dos entrevistados, ser honesto é mais importante do que qualquer outro atributo de um político que concorre à eleição. O segundo fator mais determinante para a escolha do eleitorado é a capacidade de apresentar propostas para a cidade, considerada prioridade por 25,2% das pessoas ouvidas.
O levantamento revela que a honestidade e as propostas dos candidatos para a capital devem ser muito mais levadas em consideração do que características como a trajetória política (12,2%) ou o partido ao qual o postulante é filiado (3,9%), por exemplo.
{{
Motivos
Na avaliação da cientista social Bruna Assis, que é analista de pesquisas do instituto DATA HORA, os números sinalizam que os eleitores de Belo Horizonte não estão dispostos a tolerar figuras políticas envolvidas em escândalos de corrupção. “A gente sabe que esse tema atravessou todas as eleições nos últimos anos, sejam elas disputas municipais ou não. Então é de se esperar que a honestidade seja uma característica importante para a definição do voto na cidade”, observa a especialista do instituto.
A analista de pesquisas ressalta, no entanto, que a qualidade das propostas para a cidade também tende a ser determinante para a escolha daqueles que ocuparão tanto o posto de prefeito quanto as 41 vagas na Câmara Municipal de BH. Isso porque, segundo Bruna, as eleições municipais têm como característica a preocupação do eleitor com as soluções para problemas do cotidiano.
“As disputas municipais são mais pautadas por questões locais. É a vivência do dia a dia, é o tempo gasto no trânsito, é a falta de médico no posto de saúde. Tudo isso pauta o pleito municipal”, observa Bruna.
Nesse contexto, a especialista considera que os candidatos vão precisar ficar atentos às reclamações e demandas atuais do eleitorado. A DATA HORA mostrou, por exemplo, um aumento na insatisfação da população com a saúde na capital. Segundo o levantamento, 29,3% dos eleitores consideram que esse é o pior serviço público de Belo Horizonte, o que representa alta de 5,4 pontos percentuais em relação a setembro de 2023, quando foi divulgada a primeira rodada da pesquisa.
Os problemas com trânsito e transporte, que travam a mobilidade da capital, ocupam a segunda posição entre os serviços que mais desagradam à população (17%), segundo o levantamento. Depois da saúde, esse pode ser o grande desafio dos candidatos, que devem ser pressionados pelo eleitor a apresentar propostas para melhorar a qualidade do transporte público e reduzir o tempo gasto pelos motoristas em longos congestionamentos diários, por exemplo.
“Se é isso que a população está demandando e se é nisso que questionamentos dos eleitores estão se baseando, a campanha dos candidatos precisa ir se moldando em torno desses temas”, observa Bruna Assis.
Metodologia
A pesquisa DATA HORA fez 1.200 entrevistas domiciliares entre 26 e 30 de março. A margem de erro é de 2,83 pontos percentuais para mais ou para menos. O intervalo de confiança é de 95%. A pesquisa foi contratada pela Sempre Editora, e o registro no TRE-MG é 02336/2024.