Apesar do partido Novo ter lançado nesta semana a pré-candidatura da secretária de Estado de Planejamento, Luísa Barreto, à prefeitura de Belo Horizonte na eleição de 2024, o governador Romeu Zema (Novo) afirmou, nesta sexta-feira (22/12), que há a possibilidade da legenda apoiar outro partido nas eleições municipais na capital.
Conforme antecipou O TEMPO Luísa Barreto, e o Secretário-Geral Adjunto, Lucas Gonzalez, devem formar a chapa da legenda na disputa à PBH. O ex-deputado federal será o vice na disputa.
“É o lançamento de uma pré-candidatura. Tem muita água para rolar e o Novo muito provavelmente vai estar conversando com outros partidos, com outros candidatos e até mesmo compondo uma chapa. Talvez um dos dois nomes (Luísa e Lucas) possa ir para uma outra chapa, talvez, eles venham a apoiar um outro partido, então, é muito prematuro ainda essas questões partidárias”, disse Zema.
Segundo o governador, sua prioridade é sua gestão ao governo do Estado. “Devido a minha carga como governador ser bastante pesada, eu não tenho acompanhado de forma tão próxima (às articulações). A minha prioridade é gerar emprego e resolver os problemas de Minas Gerais. Eleição para mim é consequência desse trabalho,” pontuou o governador que criticou a atual polarização do país.
Segundo ele, os políticos têm perdido muito tempo com bate boca. “Essa polarização atrapalha muito. Você acaba tendo intervenções políticas e quem é que perde com isso é a população. Bate boca não enche o prato de ninguém. Não sou eu que vou dizer se essa vacina é melhor ou pior. Quem vai dizer isso é quem faz ciência. Eu acho um absurdo você ficar com um parlamento, perdendo tempo, dando soco, tapa no outro, como tem acontecido, em vez de criar emprego e dar uma situação melhor para a população,” completou.
Questionado se pretende continuar filiado ao partido Novo, Zema garantiu que sim e destacou que acredita que a legenda terá “uma evolução expressiva” após o desempenho nas últimas eleições.
Fundado em 2015, com a promessa de ser a antítese no meio político, o Partido Novo vive um processo de desidratação, que tem ganhado força após o desempenho da legenda em 2022. Diferentemente de 2018, quando atraiu simpatizantes e conseguiu um desempenho surpreendente ao eleger o governador de Minas, Romeu Zema, até então desconhecido no meio político, a sigla minguou nas urnas no ano passado e sequer conseguiu atingir a cláusula de barreira, que determina aos partidos a eleição de pelo menos 11 deputados ou 2% dos votos válidos no país.
“Realmente, na última eleição houve um revés, mas nas eleições municipais do ano que vem, o partido com toda certeza já vai mostrar uma evolução expressiva. Eu acredito muito nas propostas do Novo, nós acreditamos num governo meritocrático. Então, eu estou muito bem no partido, não tenho nenhum plano. Mas é lógico que em política, como aconteceu na minha última eleição, você sempre tem que caminhar com outros atores, com outros partidos,” afirmou Zema ao destacar que Novo permanece aberto a fazer coligações.
Durante a entrevista, o governador ainda justificou as viagens ao exterior. Recentemente, ele foi à Itália, à China e ao Japão para atrair investimentos ao Estado. Segundo ele, neste ano, o governo de Minas já trouxe R$ 3 bilhões em investimento e mais de 500 empregos diretos por conta dessas viagens.
“Em mais de 30 anos de vivência no setor produtivo, no setor privado, eu viajei. Eu abri mais de 470 lojas. Quem quer negócio bom vai atrás, porque quem bate na sua porta geralmente é só um negócio ruim. Então, o que eu tenho feito é mostrar para o mundo que Minas Gerais é um Estado que acolhe bem investimentos”, pontuou.