Pâmela Suellen Silva, viúva do guarda municipal e tesoureiro do PT Marcelo Arruda, disse nesta quarta-feira 13 que o presidente Jair Bolsonaro (PL), ao ligar para os irmãos do petista, está mais preocupado com a repercussão política do caso e que não sabia da chamada de vídeo. “Não sabia da ligação, achei aquilo um absurdo. Acredito que Bolsonaro está preocupado apenas com a repercussão política, pois na ligação aos irmãos do Marcelo disse que estão tentando colocar a culpa nele”, disse a viúva.
Arruda foi morto pelo policial penal federal Jorge Guaranho, na noite de sábado, 9, quando comemorava 50 anos em uma festa decorada com imagens do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em um clube de Foz do Iguaçu (PR). Guaranho é bolsonarista e tem várias postagens em suas redes sociais de apoio ao presidente.
Atendendo a um pedido de Bolsonaro, o deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ) foi até Foz do Iguaçu na terça-feira, 12, e intermediou a ligação entre o presidente e os irmãos de Marcelo, José e Luiz de Arruda, também bolsonaristas.
Na ligação feita aos familiares de Arruda, Bolsonaro afirmou que a imprensa tenta culpá-lo pelo assassinato.
“A imprensa, obviamente, como toda, quase toda, é de esquerda e está quase que botando no meu colo a ação desse cara. A esquerda politizou o negócio”, disse Bolsonaro durante a ligação e ainda convidou os irmãos de Marcelo para irem até Brasília (DF), participar de uma entrevista coletiva para explicar o que teria ocorrido na festa. Eles não confirmaram se aceitariam o convite. José e Luiz não estavam presentes no dia da festa, segundo a viúva.
“Não imaginei que Bolsonaro chegasse ao ponto de deturpar a real história”, disse Pâmela. “Se não foi por motivos políticos, então por que esse rapaz foi até lá? A gente não conhecia ele e nem sabia quem era. Ele tirou a vida do meu marido pela aparência do Marcelo? Óbvio que foi por motivo político”, disse.