Depois de cinco dias internado na UTI, após ter sido baleado em um tiroteio durante assalto em um coletivo na BR-324, o eletricista Sandoval Gregório Félix Lima, 39 anos, morreu na madrugada deste sábado (31) no Hospital do Subúrbio. Ele e outras quatro pessoas também foram baleadas, após um agente penitenciário disciplinar ter reagido a ação de dois ladrões dentro do coletivo que fazia linha Paripe/Pituba, na altura de Águas Claras, no dia 26 deste mês.
“Estamos todos desolados, principalmente sem saber como dar a notícia à filhinha dele. Ela tem sete anos e todos os dias pergunta pelo pai”, declarou a cunhada de Sandoval, a dona de casa Marluce dos Santos Palhares. O estado de saúde do eletricista era grave. Ele teve duas perfurações, perda de massa encefálica e perda de parte do osso do pescoço. “Ele faleceu às 20h de ontem”, lamentou Marluce. Não há previsão do enterro.
Além dele, foram atingidos os também passageiros Ronaldo da Silva Cerqueira, baleado no braço esquerdo, e Lázaro Rodrigues dos Santos, ferido de raspão na cabeça. Os dois já tiveram alta. Um dos bandidos foi baleado e está internado em estado grave. Já o comparsa não resistiu. O agente penitenciário disciplinar saiu ileso. Ele foi preso em flagrante por porte ilegal de armas, pagou fiança, e responde pelo crime em liberdade.
Na manhã de segunda, Sandovaldo tinha chegado da cidade de Uauá, onde passou o final de semana na casa de parentes, e foi trabalhar em dois condomínios da Pituba, e por volta das 20h, retornava para casa, em Paripe, quando foi baleado na cabeça. Além da dor, a família convive também com a revolta. ” Todos nós sabemos que a demora pra socorrer resultou na morte dele, por ter sido confundido e tratado pela polícia como um dos bandidos e por isso deixaram ele agonizando dentro do ônibus na porta do hospital”, declarou a cunhada.
No dia, questionado sobre o que disseram os parentes do eletricista, o delegado João Cavadas comentou o episódio. “Na verdade o que aconteceu foi um equívoco na hora da apresentação por parte dos prepostos da Polícia Militar que prestaram socorro. Como ainda não tinha identificação nem a origem dos fatos, não sei por que cargas d’águas eles informaram que ele seria possivelmente um dos autores, mas já resolvemos esse mal-entendido”, disse o delegado. A família de Sandoval pretende relatar os fatos à Corregedoria da Polícia Militar.
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