A vereadora Marcela Trópia (Novo) apresentou um projeto de lei na Câmara Municipal de Belo Horizonte para nomear uma praça, no bairro Floramar, na região Norte da capital, com o nome de seu avô, Célio de Oliveira Trópia. A intenção do projeto é destacar o legado do avô, que foi um dos fundadores do Núcleo Assistencial Caminhos para Jesus. Atualmente sem nome, a praça sugerida para a homenagem fica em frente à sede da instituição.
Historicamente, o partido Novo era contra homenagens a pessoas físicas, como entrega de medalhas e nomes em equipamentos públicos. Após assumir o governo de Minas Gerais com Romeu Zema (Novo), o partido considerou extinguir todas as cerimônias de entrega de medalhas no Estado, mas acabou flexibilizando essa posição ao longo do tempo.
No texto do projeto, a vereadora destaca que Célio de Oliveira Trópia deixou um legado por meio de sua vida e ações altruístas. Junto com sua esposa, ele fundou o Núcleo, que atualmente oferece assistência social sem fins lucrativos a pessoas carentes.
“Valorizar o legado de Célio de Oliveira Trópia é, acima de tudo, valorizar os princípios de solidariedade e amor ao próximo que ele representou (…) nesse sentido, nomear uma praça em sua homenagem é uma forma justa e apropriada de expressar nossa gratidão e reconhecimento por suas realizações notáveis e pelo impacto duradouro que ele deixou em nossa comunidade”, diz um trecho da proposta que aguarda o parecer do vereador Ramon Bibiano (PSD) na Comissão de Legislação de Justiça (CLJ).
Atualmente, na Câmara Municipal, projetos de lei que propõem nomear e modificar nomes de ruas, praças e avenidas têm tramitação simplificada, ou seja, as propostas não vão a plenário, basta que o PL seja aprovado na CLJ. O argumento do legislativo municipal é que a medida garante economia e agilidade, deixando para o plenário as pautas que demandam uma discussão mais aprofundada entre os parlamentares.
Segundo levantamento feito por O TEMPO no ano passado, 30% das leis aprovadas na Casa tratavam de alteração da nomenclatura de vias públicas da cidade e de inclusão de datas comemorativas no calendário oficial da prefeitura.
Defesa. De acordo com Marcela Trópia, “em caso de praças e ruas que não possuem nome”, os parlamentares do Novo têm autonomia para propor e votar a favor desses projetos, uma vez que nomear, segundo ela, “ajuda a facilitar a localização, além de atender aos desejos da população”. “Defendo que a nomeação não dependa de projetos de lei, mas pelo menos já conseguimos simplificar a tramitação desse tipo de projeto na Câmara”, afirmou a vereadora.
Segundo a parlamentar, o projeto de lei foi “um pedido da atual diretoria do Núcleo Assistencial Caminhos para Jesus, em homenagem a um dos seus fundadores”. Para ela, “além de ser uma demanda da região, o projeto não fere o princípio de impessoalidade” já que sua família não faz mais parte da direção da instituição.
“O Núcleo é uma instituição que impacta positivamente Belo Horizonte desde 1969 e hoje presta um importante trabalho de amparo a idosos, crianças deficientes carentes e pessoas com paralisia cerebral. A praça em questão está sem nome e, por ser em frente à sede, o Núcleo me solicitou que ajudasse a realizar esse desejo da comunidade do entorno, de fazer referência ao legado que meu avô deixou”, esclareceu. (Com Letícia Fontes)