Cientista analisa amostras de varíola de macaco — Foto: CHRISTINE UYANIK/REUTERS
A Organização Mundial da Saúde não tem evidências de que o vírus da varíola de macacos tenha sofrido mutação, disse um executivo sênior da agência da ONU nesta segunda-feira, observando que a doença infecciosa endêmica na África Ocidental e Central tende a não mudar.
Rosamund Lewis, chefe do secretariado de varíola que faz parte do Programa de Emergências da OMS, disse em um briefing que as mutações são normalmente mais baixas com esse vírus, embora o sequenciamento do genoma dos casos ajude a entender o atual surto.
Até o momento, 16 países onde a varíola de macacos não é endêmica relataram casos confirmados da doença viral, com aproximadamente 100 infecções, principalmente na Europa. No entanto, a agência de saúde da União Europeia afirmou que o risco da varíola de macacos se espalhar amplamente na população geral é “muito baixo”.
Apesar disso, a Bélgica já determinou quarentena para infectados, e a Alemanha avalia seguir pelo mesmo caminho. O ministro de Saúde alemão expressou preocupação com o surto e afirmou que o país, que detectou três casos, deve divulgar medidas de quarentena na terça-feira.
Autoridades de saúde dos EUA se preparam para liberar algumas doses da vacina Jynneos para uso em casos de varíola dos macacos, anunciou o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) nesta segunda-feira. O estoque tem cerca de 1 mil doses da vacina, mas o país espera que esse nível aumente muito rapidamente nas próximas semanas.
Na Argentina, há um caso suspeito em Buenos Aires, que está sendo investigado, num paciente viajou recentemente para a Espanha.
Confira quais países já confirmaram pelo menos um caso da varíola de macacos:
Estados Unidos: confirmaram dois casos, o primeiro em 18 de maio. Um terceiro caso é suspeito em 23 de maio.
Canadá: confirmou duas infecções em 19 de maio. As autoridades de Quebec disseram que estavam investigando 17 casos suspeitos.
Suécia: confirmou seu primeiro caso em 19 de maio.
Austrália: em 20 de maio relatou seu primeiro caso em um viajante que retornou recentemente da Grã-Bretanha. Outro caso suspeito também foi identificado.
Alemanha: confirmou três casos, sendo o primeiro registrado em 20 de maio, num paciente brasileiro.
Bélgica: detectou dois casos em 20 de maio.
França: confirmou um primeiro caso na região de Paris em 20 de maio, segundo meios de comunicação franceses.
Holanda: relatou seu primeiro caso em 20 de maio. Desde então, confirmou “vários” mais pacientes, sem informar o número exato.
Itália: confirmou dois casos em Roma em 20 de maio, elevando o total do país para três.
Israel: confirmou seu primeiro caso em 21 de maio.
Suíça: relatou seu primeiro caso confirmado em 21 de maio.
Áustria: confirmou seu primeiro caso em 22 de maio.
Dinamarca: confirmou seu primeiro caso em 23 de maio.
Espanha: confirmou mais quatro casos na região de Madri em 23 de maio, elevando o total para 34, com outros 38 casos suspeitos em Madri.
Portugal: registrou 14 novos casos confirmados em 23 de maio, elevando o total para 37.
Reino Unido: detectou 36 novos casos na Inglaterra em 23 de maio, elevando o número total de casos confirmados desde 7 de maio para 56. A Escócia confirmou seu primeiro caso da infecção viral.