As apostas esportivas, nome genérico para os sites de apostas que estão se tornando cada vez mais populares no Brasil e movimentando um mercado bilionário, começaram a investir no mundo da vaquejada em 2023. Neste ano, as casas de apostas descobriram a vaquejada e passaram a mobilizar competições e leilões de animais, abrindo espaço para líderes políticos e artistas se envolverem nesse cenário.
As apostas mergulharam profundamente no mundo da vaquejada no segundo semestre, com a realização de competições patrocinadas, criação de arenas e equipes próprias. Paralelamente, as casas de apostas enfrentam pressões, incluindo uma CPI aberta na Câmara e a regulamentação do setor pelo governo federal, que está sendo votada no Senado. Além disso, a tradição política e cultural da vaquejada ganha ainda mais destaque no nordeste do Brasil.
A tradição da vaquejada é muito valorizada pelos políticos, principalmente do nordeste, onde a prática é mais forte. Após ser proibida pelo Supremo Tribunal Federal em 2016, foi promulgada em 2017 a Emenda Constitucional 96, que liberou as vaquejadas e rodeios em todo o território brasileiro. Este ano, as casas de apostas estão patrocinando competições de vaquejada, movimentando a prática para um patamar inédito.
A vaquejada, que surgiu há mais de cem anos por habilidades de sertanejos, movimenta cerca de R$ 800 milhões por ano apenas com inscrições e premiações. A genética dos cavalos da raça quarto de milha é extremamente valiosa em leilões, com o animal mais caro já negociado no Brasil avaliado em R$ 8,4 milhões.
As casas de apostas, incluindo a Pixbet e a MarjoSports, fizeram a maior oferta pública dos últimos tempos por um único cavalo, chegando a R$ 15 milhões. Empresários como Jorge Barbosa Dias, da MarjoSports, têm feito ofertas milionárias por cavalos de raça, gerando controvérsias. Além disso, o cantor Wesley Safadão, um dos grandes nomes do setor, tem se envolvido em competições e se tornou um elo entre políticos, criadores e donos de casas de apostas.