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No período em que predominam as negociações de mercado, Blumenau foge à regra.
Como é bom poder abrir espaço e falar da ascensão do clube catarinense na Superliga.
Fevereiro marca o mês da virada de Blumenau. Foram 4 jogos e 4 vitórias, uma sequência inédita na estreia na elite do vôlei nacional.
Uma campanha de recuperação e superação de um time que tem problemas financeiros, sofreu 9 derrotas consecutivas na competição, não se abateu e saiu da zona de rebaixamento.
Se a Superliga terminasse hoje, Blumenau jogaria os playoffs.
Quem tem chamado atenção é Geovanna Vitória.
Uma ponteira passadora, coisa rara no mercado, considerada baixa para os padrões atuais, mas corajosa, habilidosa e pontuadora.
Geovanna surpreende pela maturidade.
Nessa entrevista ao bloga jogadora fala sobre a carreira, a responsabilidade de manter Blumenau na elite, evolução e a eterna luta pelo conhecimento.
Como avalia sua primeira temporada em Blumenau?
Uma temporada de muito trabalho e aprendizado. Estar de casa nova requer muito desenvolvimento pessoal, a experiência de trabalhar com novos profissionais é sempre muito vantajosa, nos traz novas formas de trabalhar e enxergar o jogo. Procuro extrair o máximo de conhecimento que posso para que esteja em constante evolução.
E a responsabilidade de manter o time na elite no primeiro ano?
Sabemos da responsabilidade que temos e das dificuldades que estão no caminho. A temporada 23/24 conta com grandes equipes, além de estar muito equilibrada. Para o primeiro ano, o principal objetivo do clube é se manter na elite do voleibol brasileiro. Estamos trabalhando forte para que isso aconteça e claro que almejamos alcançar os playoffs da competição, para trazer cada vez mais visibilidade para o time.
Os seus números chamam atenção na Superliga. Como é sobreviver com 1,78m nos padrões exigidos atualmente?
Estar na elite do voleibol brasileiro com 1,78m de altura com certeza é um desafio muito grande. Hoje, os times buscam atletas cada vez mais altas e para me manter entre elas, é preciso de muito trabalho e qualidade, sei que tenho que me destacar. Me vejo numa crescente muito grande, muito mais preparada no meu segundo ano de Superliga. Acredito que aprimorar cada vez mais nos fundamentos, golpes, na força e potência vai ser essencial nesse processo. E com certeza, manter a mente sempre muito bem preparada se torna um grande diferencial. Apesar de desafiador, é bastante motivador.
Como foi seu início de carreira e o que pode falar sobre o seu futuro?
Iniciei minha carreira com 12 anos, nas escolinhas do Praia Clube, onde fiquei por 3 anos. Foi algo muito natural, sempre gostei de brincar com bola, mas nada sério, eu só sabia chegar na escolinha e “dar” na bola, sem direção, só na força. Fui me destacando e ali fui sendo vista. Foi bem difícil a decisão de sair de casa, morar longe da família, mas ali aos 15 anos já estava certa do que eu queria para a minha vida. Após esses três anos no praia, tive passagens pelo São Caetano, Sesi Bauru, Estados Unidos, Guarujá, Mampituba, Brusque e Blumenau. Sobre o futuro a Deus pertence, estou trabalhando para que ele seja lindo e brilhante.
Ponteira passadora é uma ‘espécie’ rara no mercado e valorizada. Como é jogar na posição?
Particularmente, eu sempre gostei de desafios e jogar numa posição considerada rara no mercado me traz ainda mais vontade de crescer e me tornar diferente. Sei do tamanho da responsabilidade e por isso preciso buscar evoluir cada vez mais pra poder ajudar meu time da melhor forma possível.