Tem muita gente atrás de um lote para chamar de seu em Minas e se não tiver lançamentos neste ano, pode ser que até falte no mercado. “Estamos trabalhando com menos de um ano, 11 meses, de estoque. O adequado, que a gente considera, é pelo menos 14 meses para produto horizontal, de desenvolvimento urbano, como loteamento e condomínios fechados”, explica Flávio Guerra, presidente da Associação das Empresas de Loteamento Urbano (Aelo-MG). Segundo ele, tamanha demanda foi uma das causas para um aumento de 72,5% no valor geral de vendas (VGV) de lotes em 2023 em comparação com 2022.
No ano passado, foram vendidos 10.767 lotes, o que totaliza R$ 2.079.000,00 em VGV. Os dados são de uma pesquisa encomendada pela Aelo-MG, o Sindicato da Indústria da Construção (Sinduscon-MG) e a Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG).
Guerra explica que, somada à alta procura, pesa o fato do baixo nível de lançamentos no último ano. Em 2023, os novos loteamentos abertos e em condomínios fechados somaram 7.637 lotes, 26,5% a menos que em 2022. Segundo ele, a dificuldade de aprovação, licenciamento e as complexidades da parte regulatória têm gerado este problema. “Realmente, um projeto em Minas, está levando, em média, entre três e quatro anos para se aprovar. Então, em determinados momentos, pode acontecer de ter menos projetos ofertados”, explica, lembrando que isso pode ocasionar a inflação no mercado.
Apesar do cenário, o presidente da Alelo-MG, que também é vice-presidente de Loteamentos do Sinduscon-MG e diretor de Loteamentos do CMI/Secovi-MG, explica que a expectativa do mercado é positiva para 2024. “Grande parte [dos loteamentos] que estavam para ser lançados em 2023, serão lançados em 2024. As empresas estão atentas no que depende delas para poder acelerar ao máximo o tempo de aprovação [dos empreendimentos]”, diz Guerra.
Segundo presidente da Alelo-MG, o mercado mineiro tem potencial de vender mais de 10 mil lotes por ano. “Em 2022 vendeu 7.637 porque não tivemos novos empreendimentos. Já em 2023 tivemos mais lotes na rua”, explica Guerra. Para ele, os próximos dois anos serão de mercado aquecido no Estado.
A “Pesquisa sobre o Mercado de Loteamentos em Minas Gerais” foi realizada, pela Consultoria Brain, em 30 cidades que representam mais de 40% da população do Estado e mais de 55% do PIB.