Prefeito de Betim lembrou que cidade precisou interromper imunização contra Covid em adolescentes, após decisão judicial, mas citou que Executivo está recorrendo para garantir direito constitucional
O prefeito de Betim, Vittorio Medioli (PSD), foi o convidado, nesta quarta-feira (14), do Café com Política, quadro do programa Super N, da rádio Super 91,7 FM. Na entrevista exclusiva, ele, ao falar sobre a educação em tempos de pandemia, lembrou que a cidade foi a primeira do país a imunizar adolescentes e criticou decisão judicial que barrou a continuidade da vacinação deste grupo.
“Betim foi o primeiro município do Brasil a vacinar crianças de 12 anos com a Pfizer, que é homologada para 12 anos. Esses meninos, de 12 a 14 anos, são os mais prejudicados de todos porque vão sair do ensino fundamental. O 9º ano de 2020 saiu perdendo. O 8º em 2020 não teve aula (presencial)”, lembrou. “Nas escolas públicas, há a camada mais desprotegida e exposta a risco da população. É um alto índice de analfabetismo funcional. Hoje, a grande praga do país é o analfabetismo funcional. Portanto, vacinar meninos de 13 e 14 anos e colocá-los dentro (de sala de aula) do 8º e 9º ano deveria ser uma prioridade absoluta no Brasil. Eu não entendo por que só Betim fez isso”, comentou.
O chefe do poder Executivo de Betim também citou trecho da Constituição para criticar decisão judicial que, atualmente, impede a continuidade da vacinação dos adolescentes na cidade. “O Ministério Público entrou contra e conseguiu cavar uma decisão que suspende a vacinação. A Constituição fala que prioridade do Estado é a criança e o adolescentes em cima de qualquer outra idade, é o artigo 227. Então, um gestor público teria que vacinar. Se tem uma vacina que pode aplicar, é obrigação imposta pela Constituição fazê-lo. Mas se esquecem da Constituição, o Ministério Público entra pra bloquear aquilo que a Constituição é tão clara, e o judiciário dá respaldo”, comentou.
Medioli também explicou que o município está recorrendo a tribunais superiores para retomar essa imunização. “Aquilo que está na Constituição tem que ser respeitado”, frisou.
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