No pedido protocolado a Vara da Infância o cuidador alega dificuldades na convivência familiar
O médico Bruno Sander responsável há quatro meses pela guarda dos cinco filhos do promotor André de Pinho – acusado de matar a esposa Lorenza de Pinho, dopada e asfixiada, na casa do casal, no dia 2 de abril, abriu mão da ser o cuidador legal das crianças.
A Reportagem de O Tempo obteve com exclusividade trechos do documento protocolado pelo cuidador a Vara Cível da Infância e da Juventude de Belo Horizonte, no dia 21 de junho, em que o médico alega dificuldades na convivência familiar por incompatibilidade de princípios. A solicitação foi acatada e Sander já não é o tutor das crianças desde meados de julho.
“Juntando tal consideração, observa-se, que os infantes, na sua maioria, já mantêm educação formada, com demasiado espírito de liberdade, com valores e princípios outrora divergentes daqueles praticados e pregados pelos guardiões. Considerando o choque de interesses, a convivência familiar em um todo se tornou bastante embaraçada”, diz trecho do documento.
No entanto, à reportagem Sander nega ter aberto mão da guarda das crianças. Segundo ele já existia um acordo entre o promotor e os advogados que estão à frente do caso, em que o médico só se responsabilizaria pelas crianças no período de quatro meses. “O nosso combinado era que as crianças ficassem sob os meus cuidados durante o período turbulento do caso. Agora que as coisas estão mais estabelecidas, outro tutor já foi nomeado. Cuidador que já havia sido escolhido previamente pelo André, no caso o advogado dele, Robson Lucas”, explicou.
Sobre a convivência com as crianças Sander afirma que mantêm contato telefônico rotineiro com eles. “Os meninos continuam indo na minha casa, minha família faz questão de manter contato. Converso muito com eles. As crianças fazem parte do nosso ciclo de cuidados, obviamente”, comentou.