O Departamento de Entomologia e Endemias de Tupã (distante 75 quilômetros de Marília) participou de um teste de eficiência do novo equipamento de dispersão de biolarvicida para combate à dengue.
Mais de 30 imóveis do Centro receberam recipientes para medir o alcance do produto aspergido da rua em direção às quadras. O estudo permitirá planejar melhor o trabalho dos agentes do setor.
Conforme o diretor de Departamento de Entomologia e Endemias, Marco Antônio de Barros, conhecido como Marquinho da Dengue, nove quadras entre as ruas Tapuias, Potiguaras, Itapicurus e Caingangs foram escolhidas por estarem em uma região mais plana.
“Com a autorização dos moradores, espalhamos armadilhas secas no dia 8 de dezembro, antes da dispersão do produto. Na manhã seguinte, os potinhos foram recolhidos e enviados para o laboratório, para aferição do índice de mortalidade de larvas após 24h ou 48h, conforme a distância entre os potinhos e a rua”, explica.
Segundo Marquinho, as análises preliminares realizadas pela doutora Maria de Lourdes da Graça Macoris, do Laboratório de Entomologia Aplicada da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), apontam que – em duas horas – todas as larvas estavam mortas.
Os testes foram coordenados pelo responsável em saúde pública da Sumitomo Chemical América Latina, César Augusto Mollendorff.
Segundo o representante da multinacional japonesa, Tupã foi seleciona para a experiência por ser um dos municípios modelos em aplicação de larvicida biológico para controle do Aedes aegypti.
“Estamos implantando no Brasil uma metodologia desenvolvida em parceria com a Jacto para aumento da produtividade. Com equipamento robusto, conseguimos percorrer dez hectares em apenas uma hora, permitindo que os servidores se dediquem mais à abordagem social ou naquilo que for mais estratégico”, declara.
Pompeia (distante 31 quilômetros de Marília), Sertãozinho e Indaiatuba também participaram do estudo para aprimoramento do equipamento que aplica o biolarvicida Vectobac® WG (Cepa AM65-52).
A especialista técnica da Divisão de Saúde Ambiental da Sumitomo Chemical América Latina, Nádia Maebara Bueno, informa ser necessário considerar as condições climáticas a cada testagem para aprimorar o protocolo.
“Obtivemos excelentes resultados, cerca de 99% de eficácia, 48h após a aplicação. Já sabíamos que nosso produto funciona, estamos em fase de calibração do equipamento, que acreditávamos atingir até 30 metros de distância, mas já comprovamos cobrir 20 metros a mais”.
A Sumitomo desenvolveu com a Jacto um maquinário exclusivo para aspersão espacial de gotículas até cinco vezes mais pesadas do que as aplicadas com um “fumacê”.
Fabiano Griesang, especialista de produtos da Jacto, explica que a empresa adaptou um pulverizador agrícola (Canhão Jatão 600 Litros de capacidade de calda). “A turbina que está neste equipamento favorece uma cobertura maior, unindo alta vazão e velocidade”.
Além da efetividade do biolarvicida na eliminação precoce do vetor da dengue, zika e chikungunya, o produto é certificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) por não oferecer riscos à saúde humana e dos animais ou causar danos ao meio ambiente.