Quando tinha apenas sete anos, Rayssa Leal viralizou na internet ao fazer, vestida com uma fantasia de fada, uma manobra muito difícil no skate que havia acabado de ganhar dos pais. Hoje, aos 13 anos e 7 meses, a maranhense estreará em Tóquio-2020 como a atleta brasileira mais jovem a participar de uma edição da Olimpíada.
A Fadinha, como ficou conhecida, disputará sua primeira medalha dos Jogos na noite deste domingo (25). As competições do skate street feminino começam às 20h30, mas a bateria de Rayssa está marcada para iniciar às 22h58. Por isso, veja cinco motivos para torcer para ela:
Começo de tudo
Jhulia Rayssa Mendes Leal era apenas uma criança que gostava de praticar skate em Imperatriz, no sudoeste do Maranhão, em 2015. E, no dia 7 de setembro, aos sete anos de idade, insistiu em acertar um ‘heelflip’, uma manobra considerada muito difícil. Após algumas quedas, Rayssa teve êxito. O vídeo foi postado na internet e viralizou, por Rayssa estar fantasiada de fada azul.
Na época, a publicação foi vista mais de 4,8 milhões de vezes e compartilhada por mais de 60,6 mil usuários. Entre os que publicaram o vídeo, estava Tony Hawk, lenda do skate.
Conquistou o ídolo
Tony Hawk, aliás, está em Tóquio e vem tietando Rayssa, que também aproveitou para homenagear o ídolo que virou amigo. “Há 6 anos, ele me apresentava para o mundo do skate compartilhando meu vídeo vestida de fadinha. Hoje, me filmou nas Olimpíadas. Isso tudo é muito incrível, estou vivendo um sonho”, escreveu.
O astro, aliás, foi apelidado pela maranhense de ‘tio Toninho’ e ‘Tonizinhu’. Sim, a lenda do skate e um dos maiores skatistas do mundo virou ‘tio’.
Mais tios
A jovem, aliás, vem colecionando uma série de ‘tios’ e ‘tias’, como Rayssa chama quase todos que são mais velhos que ela. Seja ao vivo ou nas redes sociais, a brasileira já ‘virou sobrinha’ de Richarlison e Paulinho, do futebol masculino, Ana Beatriz, do vôlei feminino… E até Galvão Bueno. Que disse que ‘zerou a vida’ falando com ela.
Durante a abertura da Olimpíada, Galvão entrevistou Rayssa, assim como a skatista Letícia Bufoni, para que elas comentassem a cerimônia. No fim, o comentarista, que tem mais de 50 anos de carreira, falou: “Zerei a vida”. “Eu que zerei”, respondeu a Fadinha.
É a número 2 do mundo
Rayssa não está em Tóquio-2020 por acaso. Longe disso. A maranhense é a atual número 2 do mundo da modalidade street do skate, atrás apenas de outra brasileira, Pâmela Rosa, que também compete neste domingo (25) na Olimpíada. E é bom lembrar: tudo isso com 13 anos e 7 meses.
Atleta mais jovem a competir pelo Brasil em uma edição dos Jogos, Rayssa superou o feito da nadadora Talita Rodrigues, que tinha 13 anos e 11 meses quando disputou Londres-1948. Se conquistar o ouro, se tornará a campeã olímpica mais jovem, batendo a marca da americana Marjorie Gestring, que venceu nos saltos ornamentais em Berlim-1936 com 13 anos e 9 meses.
Defende a igualdade de gêneros
Em outubro, Rayssa compartilhou em seu perfil uma série de fotos e vídeos andando de skate e jogando futebol. E escreveu: “Nós podemos sonhar os mesmo sonhos que um menino, nós podemos ir longe e realizar grandes coisas. Nós temos o poder de fazer o que quiser, nós merecemos ser felizes”.
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