E tamanho é mesmo documento? Esta é uma das perguntas que rondam dentre as dezenas de tabus da sociedade. As pautas de desconstrução dos costumes machistas vem acontecendo, mas os cuidados com a saúde sexual das pessoas com pênis ainda é baixo, como explicou o urologista e sexólogo, Danilo Galante Moreno. O médico, que é membro Titular da Sociedade Brasileira de Urologia e Instrutor do ATLS (Advanced Trauma Life Support) e atua em áreas diversificadas como Cálculos Urinários; Infertilidade (incluindo Reversão de Vasectomia), Disfunção Sexual e Cirurgia Robótica, reforça a importância de se ter um espaço para discutir sobre este assunto. “Vale a pena ter pauta para isso porque o assunto mobiliza muita gente”, ressalta.
Danilo, que foi o convidado do programa Saúde e Bem Estar, do CORREIO, comandado pelo jornalista Jorge Gauthier, desta terça-feira (13), ainda dentro da pauta do tabu, fala sobre os perigos e as razões da cirurgia para aumentar o pênis. “A questão está muito mais na cabeça do que no corpo”, observa. De acordo com o especialista, as cirurgias estéticas no pênis ainda estão no campo da experimentação, o que as torna perigosas e não recomendáveis. “Se o paciente faz a cirurgia e afeta a uretra, é complicado para resolver”, considera o médico.
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De acordo com o urologista, esse distanciamento do assunto afeta cuidados básicos como higiene e prevenção. Ele explica que existem determinadas doenças que são da primeira infância, como um testículo que não desce ou problema de pele, as quais normalmente fazem pais levarem crianças ao especialista. No entanto, Danilo descreve a frequência ideal para manter os cuidados necessários com a saúde do pênis.
Muito tem se falado nos últimos dias de cirurgia para aumento de pênis mas , antes de se pensar em aumentar o genital, é preciso ter cuidado com o que se tem fazendo a higiene básica para evitar doenças que podem provocar até sua amputação. “O câncer de pênis pode ser tratado desde o início evita amputações que, em sua maioria, tem origem na falta de higiene adequada”, explica o médico.
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Cuidados
O médico indica que entre o nascimento e os 10 anos, a criança vá, ao menos, uma vez numa consulta. Na adolescência, por ser um momento de descoberta, é válido que os jovens tenham esse espaço para tirar dúvidas sobre questões sexuais, então, para o médico, é necessário que esse primeiro contato seja feito. Além disso, uma varicocele – doença comum nesta faixa etária – pode ser prevenida ou tratada. Dos 20 aos 40 anos a regra segue, pelo menos uma vez, salvo exceções de algo que a pessoa perceba de errado. E a partir dos 50 anos, é necessário uma visita anual.
Desmistificar mitos também foi uma pauta do médico. O primeiro mito se relaciona com supostos tratamentos alternativos para aumento peniano. De acordo com Danilo, géis e apetrechos, como a bomba peniana, não são efetivos. Para ele, a venda desse tipo de produto continua porque os clientes não conversam entre si para reclamar da ineficiência por conta do tabu.
O outro mito está nas sombras da pandemia do coronavírus. Dentre as dezenas de inseguranças e preocupações que surgiram com a covid-19, uma delas foi a relação entre o coronavírus e a infertilidade. Danilo, contudo, é categórico ao afirmar que as discussões sobre o assunto não passam de especulações. “A gente não sabe nada desse assunto”, assegura. O urologista afirma que é “muito difícil você relacionar covid com infertilidade”.
*supervisão do chefe de repoertagem Jorge Gauthier
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