Minas Gerais está passando pela pior epidemia de dengue de sua história, com quase meio milhão de casos confirmados e 288 mortes decorrentes da doença. A situação ainda exige atenção em relação aos locais de proliferação do mosquito Aedes aegypti, no entanto há uma expectativa de redução nos diagnósticos a partir de maio, de acordo com o subsecretário de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), Eduardo Prosdoscimi.
“O órgão continua monitorando os casos de dengue. Entre o final de fevereiro e o início de março, vimos uma queda significativa, mesmo que em níveis elevados de diagnósticos. A tendência é que o número de casos diminua cada vez mais. Em maio, com certeza, teremos menos casos. E isso não é por acaso. Estamos entrando no outono, que é marcado por temperaturas mais baixas e um período seco. Ou seja, não temos mais o fator climático que contribui para o aumento de casos, mas ainda precisamos manter a vigilância”, destacou.
O subsecretário alertou que é importante desmistificar a ideia de que a dengue e outras arboviroses são doenças apenas do período chuvoso. “Muitas pessoas acreditam que é só de outubro a março, mas estão enganadas. Não adianta falar sobre dengue, zika e chikungunya apenas nesse período, mas sim durante os doze meses do ano. Se baixarmos a guarda, os casos aumentam”, afirmou.
Vacinação como aliada
Além dos cuidados necessários dentro de casa, outro aspecto fundamental para combater a dengue, segundo o subsecretário, é a vacinação. “Ainda não aplicamos 100% das doses recebidas, mas sim um pouco mais de 70%. Pedimos aos pais e responsáveis que levem as crianças de 10 a 14 anos para se vacinarem nos municípios onde a vacina está disponível. A vacina não resolverá a epidemia de dengue deste ano, mas é um passo importante para acabar com a emergência em saúde que vivemos nas últimas três ou quatro décadas”.
As doses recebidas por Minas Gerais têm validade até o final de junho, por isso, Prosdoscimi acredita que o estado conseguirá atingir a meta. “Em Minas Gerais, estamos observando uma adesão acima da média, mas precisamos alcançar 100% do público vacinado. A vacina é segura e eficaz. Se avançarmos na vacinação, certamente venceremos a dengue”, afirmou.
Óbitos em MG
O número de mortes devido à dengue tende a aumentar no estado, uma vez que 730 casos estão sendo investigados. “Apesar do maior número absoluto de mortes, a realidade é que temos a menor taxa de letalidade de nossa série histórica – 3,5%. Estamos trabalhando para evitar óbitos e oferecendo tratamento de qualidade. Nossa situação poderia ser pior”, alertou.
O perfil das vítimas de dengue é variado, mas em sua maioria são idosos com mais de 60 anos. “Também temos pessoas de 30 anos que chamam a atenção. Mas os idosos têm a dengue agravada devido a outras condições de saúde. E com os idosos, o cuidado precisa ser redobrado, visto que eles não podem receber a vacina, que é destinada a pessoas de 4 a 60 anos. Se apresentarem qualquer sintoma da doença, devem procurar uma unidade de saúde, pois o quadro pode se agravar”, concluiu.