Styvenson: “É mais fácil eu sair do partido. Aperte para ver se não tenho coragem. Achei desnecessária e infantil essa atitude do Podemos”/Créditos: Edilson Rodrigues
“É mais fácil eu sair do partido. Aperte para ver se não tenho coragem”, disparou o senador Styvenson Valentin (Podemos), ao falar sobre a pressão que vem sofrendo dentro do diretório estadual do Podemos, para decidir se irá se candidatar ou não ao governo do Rio Grande do Norte nas eleições gerais de outubro. Após semanas de especulações sobre uma possível pré-candidatura, nesta terça-feira 14, ele quebrou o silêncio e ameaçou deixar o partido, caso a Executiva do Podemos do Rio Grande do Norte continue o apressando a anunciar algo em definitivo.
“É melhor ter paciência. Eles deveriam estar cuidando de mim e dizendo: ‘senador, tome a sua decisão bem cautelosa, com responsabilidade, uma decisão que o senhor possa fazer algo por esse Estado’, porque ao tomar uma decisão com muita pressa, sob pressão e dando ultimato, é mais fácil eu sair do partido. Eu achei desnecessário e infantil essa atitude do Podemos”, afirmou o parlamentar, que disse não aceitar o prazo estipulado pela legenda – até o próximo domingo 19 – para anunciar sua decisão.
Ele disse que não é irresponsável para tomar uma decisão açodada, apressada e que não entende a “agonia e desespero” para que ele se decida logo. “Para satisfazer quem? Só irei tomar a decisão no dia em que eu achar seguro, mas dia 19 eu não vou. Só porque eu não quero agora. Pronto. Eu poderia até tomar (mas, não vou)”, disse.
E continuou, ao dizer que não deve nada a ninguém ou a partido algum. “Eu não tenho nada de partido, deixei o caixa com R$ 160 mil, aproximadamente. Não empreguei ninguém da minha família no partido, odeio nepotismo. Não tinha nem sede o partido. Não usei nada. Disse que não uso fundo eleitoral, não uso fundo partidário, não uso televisão, não uso nada, então que poder é esse que partido tem sobre mim? Nenhum”, enfatizou.
“É melhor ter paciência. Está marcando data para que? Para forró? Para quem não sabe, isso é coisa séria, porque eu sei que está em jogo é o meu pescoço, a minha cabeça, porque se eu for para a candidatura e ganhar e se não der resultado, não será partido que irá se prejudicar, a cobrança vem em cima de mim. Sou militar, passei 16 anos recebendo ordens e, muitas vezes, contrárias ao que eu achava que era certo. E olhe que eu não fazia, fui preso, levei punição, imagine agora? Quem tem mandato é quem? Quem é o senador da República? O partido é o que? Para início de conversa, nem de partido eu gosto”, afirmou.
PRAZO TERMINA DOMINGO.
O Podemos estipulou até este domingo 19, para o senador anunciar ou não sua pré-candidatura. “Quem me conhece sabe que não cedo a pressão, ainda mais de partido. Eu cederia, mas se fosse um ultimato da minha mãe, da população, de algo assim significativo. Agora, de partido? Porque não contam a verdade, a gente quer aqui sentar e elencar se irá apoiar A ou B, se a gente tem candidato e o senhor vai junto, se vai ser eleito com os seus votos. Por que não dizem a verdade para a população?”, questionou.
“Tenho vontade de fazer a coisa certa e viver em um Estado melhor como cidadão e como pessoa, isso aqui não é promessa. Não sei que espécie de governador é esse que anda dentro de um carro, cercado de policial e fala sobre segurança pública. Eu não ando com segurança, não ando em carro blindado. Eu não vou mentir, só peço que respeite o meu tempo, é uma decisão seria que deverá ser tomada com responsabilidade e cautela, preciso analisar muito”, pediu, em entrevista a Jovem Pan News Natal.
Styvenson Valentin disse que “há uma possibilidade sim” dele ser candidato por “opção” ao governo do Estado, mas, que essa decisão depende dos eleitores do Rio Grande do Norte. “Consigo enxergar que a população parece que não sabe, não quer, não definiu sobre a política, que é uma (pauta) tão importante. Então há uma possibilidade sim, mas essa possibilidade eu já disse e, não mudo a minha opinião, de que essa possibilidade não depende e sim do cidadão. Porque fazer campanha sem dinheiro público, sem querer tempo de televisão, rádio e apoio (político) não é fácil”.
O senador disse que não é característica sua apoiar ou se juntar com outros políticos, “porque é difícil estar em meio da falsidade, onde existe rasteira, mas pelo menos eu não sacaneio ninguém, pelo menos eu não furo ninguém, pelo menos eu não vou candidato a vice e depois das eleições causo rompimento com os outros, depois eu estou fazendo aglomerados políticos procurando apoios de prefeitos, se o voto vem do eleitor, do povo”.
E afirmou que não será vice de ninguém. “Na verdade, da mesma forma que eu respeito a opinião dos outros, respeitem a minha. Eu não vou ser um político como querem. Se eu decidir, quem vai fazer a campanha é você, porque é você que quer. Entenda, não sou eu que quero, quem deveria querer era a população”, pontuou.
O senador ainda acrescentou, “Não sou irresponsável para tomar uma decisão açodada, para satisfazer quem? Que agonia é essa? Que desespero é esse para que se tome uma decisão no dia tal? Só irei tomar a decisão no dia em que eu achar seguro, mas dia 19 eu não vou tomar. Só porque eu não quero agora. Pronto”, explicou.