O Setor de Investigações Gerais (SIG) de Marília já recuperou quase 50% dos aparelhos celulares furtados em Marília neste ano.
Segundo dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP), de janeiro a setembro, criminosos furtaram 294 e roubaram 65 celulares em Marília.
No total, 359 Boletins de Ocorrências sobre crimes do tipo foram registrados no mesmo período deste ano. Somente no nono mês – último com dados divulgados – ocorreram 36 furtos e três roubos.
Números fornecidos pelo SIG de Marília mostram que, do total furtado este ano, 146 (49,6%) já foram recuperados pela polícia. Outros 40 acabaram localizados pelas próprias vítimas. Portanto, 186 celulares furtados já foram encontrados, o que representa 63,3%.
O Marília Notícia conversou com o delegado responsável pelo SIG, Cléber Pinha Alonso, que explicou que existe uma equipe que atua somente para a solução deste tipo de crime.
“Criei uma equipe especificamente para trabalhar nesta área de furtos de celulares. A produção dela é bem elevada. O resultado é bastante positivo. São 146 recuperados pelo SIG, além de 40 aparelhos que a própria vítima acabou recuperando. Na verdade, estamos falando em quase 190 celulares recuperados. É um índice interessante”, diz o delegado.
A investigação de um furto de celular começa quando a vítima registra o Boletim de Ocorrência.
“Mas aí existe um detalhe, a vítima deve ter o Imei do aparelho, que é aquele número que identifica o aparelho. Através desse serial nós fazemos uma busca dos dados do telefone e, quando ele é acessado por outro chip, a polícia acaba localizando”, explica o delegado.
De acordo com os dados do SIG, de todos os registros, 60 aparelhos as vítimas não forneceram número de Imei.
IPHONE
O delegado diz ainda que os criminosos têm como alvo, costumeiramente, celulares com sistema Android, pois os iPhone possuem uma tecnologia que dificulta o reaproveitamento do aparelho.
“Existe sim o furto e roubo do iPhone, mas é em menor escala. Os outros aparelhos que não têm essa mesma tecnologia, e plataforma dificulta bastante para os criminosos”, explica Alonso.
“O iPhone, quando eles [criminosos] não conseguem fazer o desbloqueio, acabam vendendo como sucata, vai ser desmanchado para ser reutilizado em outro tipo de aparelho”, completa.
RECEPTAÇÃO
Quem for flagrado pela polícia com um aparelho furtado – caso não seja o autor do crime – pode responder pelo crime de receptação.
“Dependendo da questão de preço e valores que foi feita a negociação, a pessoa pode responder pelo crime de receptação. Pode ser uma receptação culposa [sem intenção] ou em que a pessoa tinha conhecimento realmente da origem do aparelho. É bom evitar esse comércio paralelo, principalmente de aparelhos telefônicos com preços bastante acessíveis. Quando o valor é baixo tem que desconfiar”, orienta o delegado.
Conforme Cléber, este tipo de crime normalmente está ligado ao consumo de drogas. Os autores subtraem os aparelhos para vender e conseguir dinheiro para a compra ou trocar diretamente por entorpecentes.
Além do receptador, a polícia geralmente consegue chegar também no autor.
“Quando a gente faz a recuperação do aparelho, conseguimos puxar a linha até o final e localizar o autor do furto. Nós conseguimos também a localização de aparelhos onde as pessoas têm o hábito de comprar celulares furtados. O receptador mesmo. Temos informações de lojas que trabalham com manutenção de celular e acabam adquirindo esses aparelhos, arrumam e vendem novamente. É um leque bastante amplo”, conta o responsável pelo SIG.
CUIDADOS
A polícia alerta para os cuidados que devem ser tomados para que este tipo de crime ocorra.
“O celular hoje deixou de ser só uma ferramenta de trabalho, é uma extensão da própria vida da pessoa. A atenção precisa ser redobrada. [A pessoa deve] não facilitar, não descuidar, não ficar com ele à mostra, principalmente os mais caros, que chamam a atenção, para evitar que seja vítima”, instrui o delegado.
“Cuidado, não fique exposto na rua, falando distraidamente ao celular. Nós temos casos em que o criminoso passa de bicicleta, pega o celular e sai correndo. Todo cuidado é pouco”, pontua ainda.
RETORNO
Nas redes sociais é possível ver relatos de pessoas que tiveram os celulares recuperados após o trabalho de investigação da Polícia Civil.
Em setembro deste ano, um homem publicou contando o caso do celular da esposa. A mulher tinha sido vítima em 27 de março enquanto aguardava por atendimento no PA da zona Sul.
Ela tinha acabado de comprar um celular por R$ 2,5 mil. Em 8 de setembro, quando a pessoa ligou o celular com novo chip, a polícia localizou através do Imei e recuperou o aparelho.
“Dá para acreditar na polícia. Minha esposa em 27/03/21 foi roubada no PA Sul. O seu celular que tinha acabado de comprar por R$ 2.500, quando esperava atendimento na triagem lá fora, e a qual foi internada e intubada a partir deste dia. […] Hoje 08/09/21, a distinta ligou o celular e dançou, a polícia já ligou que o celular foi recuperado e era só buscar”, agradece na publicação.