O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio, afirmou nesta quinta-feira (30) que áreas essenciais de atendimento à população podem sofrer com a falta de investimentos caso o governo não consiga vencer a resistência da Assembleia Legislativa para aprovar a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF).
Passalio argumentou que, se Minas não aderir ao regime até 20 de dezembro, terá que pagar R$ 500 milhões à União até o fim do ano. Além disso, é prevista a retomada das parcelas integrais do serviço da dívida em 2024, o que representa cerca de R$ 18 bilhões por ano. “É uma verdadeira hemorragia orçamentária para as contas públicas. E aí a matemática é cruel. Se não houver recurso, políticas essenciais poderão ficar seriamente comprometidas”, afirmou o secretário à reportagem de O Tempo.
O titular da pasta fez coro a Romeu Zema, que declarou, durante almoço com empresários nesta quinta-feira, que o ingresso no RRF não inviabiliza a adesão ao plano proposto pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). “Temos total condição de, havendo alternativa melhor, abrir mão, saindo do Regime de Recuperação Fiscal e aderindo a uma alternativa que seja efetivamente melhor do que a que estamos apresentando”, propôs Passalio.
Ele alertou ainda que a situação fiscal de Minas pode afastar investidores. “Se quisermos atrair empresas para Minas Gerais, temos que ter um ambiente favorável. Mas se o Estado não tiver saúde fiscal, ele não consegue investir em estradas, educação, saúde e segurança”, comentou Passalio.
O secretário acompanhou o governador Romeu Zema (Novo) em um almoço durante o evento Conexão Empresarial, nesta quinta-feira, que reuniu representantes de vários setores econômicos no bairro São Bento, na região Centro-Sul de BH. Na ocasião, o chefe do Executivo rebateu críticas ao RRF e chegou a dizer que opositores ao regime parecem não querer “que este Estado dê certo”. Apesar disso, Zema afirmou ter ficado satisfeito com a iniciativa do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, em propor alternativas ao RRF em documento enviado à União.