Natal é a 2ª capital nordestina com mais pessoas deprimidas. Foto: Pixabay
Já passou da hora de poder público e sociedade civil organizada darem as mãos e se unirem em um combate efetivo à depressão e aos sofrimentos psíquicos em geral. Seja atuando na prevenção ou na assistência aos deprimidos, a coletividade precisa agir, pois não se pode normalizar a incidência cada vez maior de pessoas atormentadas por transtornos mentais.
Levantamento publicado por este Agora RN na edição de ontem mostra que Natal é a 2ª capital nordestina com mais pessoas deprimidas. Dado mais que alarmante e que chama atenção para a necessidade de os transtornos mentais estarem urgentemente no centro da estratégia de saúde pública.
Em primeiro lugar, é necessário quebrar tabus na abordagem do assunto. Jogar luz sobre o problema, em vez de escondê-lo, é o melhor caminho para ajudar quem precisa. Prefeituras e governos precisam monitorar de perto a ocorrência de transtornos mentais e criar uma rede de acolhimento a esses pacientes.
Estudiosos da área apontam que a cura do transtorno mental passa, muitas vezes, em primeiro lugar, pelo reconhecimento de que o problema existe. Pois bem, para que isso aconteça, o poder público também precisa admitir que estamos diante de uma encrenca grande, que só vai aumentar se não for enfrentada.
Atualmente, não há uma rede bem estruturada para prestar assistência a pessoas com transtornos mentais. Não há um serviço claro e bem divulgado que possa ser buscado por pessoas em situação de sofrimento psíquico. Uma equipe multidisciplinar e especializada é fundamental no acompanhamento dos casos.
É bem verdade que já houve avanços. O aumento de casos de transtornos mentais como ansiedade e depressão também são fruto do aprimoramento dos mecanismos de diagnóstico. Mas é preciso avançar, sob pena de perdermos mais seres humanos que, desesperados, atentam contra a própria vida.
Depressão e crise econômica, que levam à desesperança, pioraram o quadro, o que exige especial atenção. Ou teremos uma legião de deprimidos e ansiosos.
Campanhas e políticas públicas são urgentes para acolher as pessoas que necessitam de amparo. Isso passa pela empatia e pelo reconhecimento de que a coletividade está adoecendo.
Saúde pública tem várias dimensões. E a mental não pode ser ignorada.