A tão esperada estreia de Renascer foi muito comentada nas redes sociais na noite desta segunda-feira (22) e se tornou o assunto mais falado do X (ex-Twitter) por várias horas. O episódio especial, com duração de cerca de 80 minutos, apresentou um elenco afiado (mesmo para estreantes no horário nobre da teledramaturgia), uma bela fotografia digna de um filme de Walter Carvalho, uma direção competente de Gustavo Férnandez e um texto primoroso de Bruno Luperi. Para quem acompanhou a versão original de 1993, o primeiro capítulo de Renascer começou bastante parecido com o da trama exibida há 30 anos. José Inocêncio (Humberto Carrão) – interpretado por Leonardo Vieira na trama de Benedito Ruy Barbosa – chega ao sul da Bahia, se depara com “o gigante da floresta”, o Jequitibá-Rei, e sela um pacto de vida e morte com a árvore. Na internet, principalmente no X (ex-Twitter), houve quem a todo momento comparasse cenas das duas versões deste clássico da teledramaturgia brasileira. Carrão até se esforçou, mas é difícil superar a sequência dirigida pelo então diretor Luiz Fernando Caravalho e interpretada por Leonardo Vieira. A maioria dos internautas concordou que as cenas iniciais de 1993 tiveram mais força e grandeza do que as da produção atual.
Um destaque especial foi dado aos atores Enrique Diaz, como o coronel Firmino, e Maria Fernanda Cândido, no papel da fazendeira Cândida. Ambos os personagens não existiam na trama original e ajudaram a dar uma melhor contextualização ao enredo que conta a saga de José Inocêncio (Carrão/Palmeira), um homem desconhecido que se torna um poderoso fazendeiro na Bahia. Em tempos de intolerância religiosa, a diversidade de credos da novela, mostrando a devoção católica de Maria Santa e os rituais e a ligação de Inácia com os orixás, também foi outro ponto positivo.
A abertura, no entanto, parece não ter agradado a todos. A música-tema escolhida, “Lua Soberana” (Ivans Lins e Vitor Martins) – que na novela de 1993 aparecia na trilha e nos intervalos comerciais – foi repaginada nas vozes das cantoras baianas Xênia França e Luedji Luna. A interpretação das artistas foi elogiada, mas teve quem comparasse a abertura a um comercial da Natura Ekos ou a um vídeo corporativo de agricultura ecologicamente correta.
No geral, o remake de Renascer mostrou fôlego e tem potencial para renovar a grade de folhetins da Globo. Afinal, como a própria emissora vem pregando: “É Tempo de Renascer”!