O vôlei com conhecimento e independência jornalística
O sucesso começa com um sonho, do sonho para a meta, da meta para a disciplina, da disciplina para a persistência e da persistência para a conquista.
O passado de Sorocaba deixa saudade.
O vôlei feminino teve grande destaque na cidade na década de 80 com a extinta equipe da Lufkin. Pouco tempo depois, foi a vez do inesquecível time do Leites Nestlé, campeão mundial em 1994 e base seleção feminina na época.
O último jogo oficial pela Superliga foi realizado em 13 abril de 1997, ou seja, 27 anos atrás.
Nunca mais Sorocaba teve representante na elite.
Mas há quem não desista do esporte na cidade e sonhe em ver o vôlei feminino brilhar novamente.
Em 2021, os professores Douglas Santa Anna, que fez parte do Leites Nestlé, e Clóvis Granado, técnico da equipe, criaram o Projeto Renasce Vôlei Sorocaba.
A meta é colocar novamente o time na primeira divisão.
O caminho é longo, mas em dois anos e meio de existência, a equipe conquistou o acesso à elite do paulista (divisão especial), vaga na Superliga B e o bicampeonato dos Jogos Abertos do Interior.
Na Superliga B, com um grupo formado na maioria por atletas da categoria sub -21, o time conquistou o honroso 6º lugar, mesmo tendo um dos menores orçamentos da competição. E Sorocaba brigou até as últimas rodadas pelo G4.
Ó blog conversou com o técnico Clóvis Granado, ex-supervisor da Ulbra e com passagens pelo Kuwait, Dubai e Catar, antes de assumir o comando de Sorocaba.
Como foi a primeira experiência do Renasce Vôlei Sorocaba na Superliga B?
A equipe terminou entre as seis melhores equipes da competição, um saldo extremamente positivo. Só para lembrar que o regulamento da Superliga C, exige que a gente mantenha 60% das atletas que conquistaram a Superliga C. E do nosso time que ficou com a a vaga, apenas uma atleta titular permaneceu. Sorocaba teve que reformular o grupo em apenas 20 dias. Não é simples. Para se ter uma noção, a equipe foi formada em mais de 50% por atletas sub-21, sendo que em alguns jogos tivemos em quadra 4 atletas dessa categoria.
Quais foram os pontos positivos dessa participação?
Vários. Atualmente o nosso ginásio, que é o do Sesi de Sorocaba, é um dos melhores ginásios da Superliga B. Temos o piso que é exigência internacional, trocamos a iluminação, foi construída uma plataforma para a transmissão dos jogos de TV e por streaming, além de termos uma academia exclusiva para o voleibol. A nossa torcida lotou o ginásio em todos os jogos. Eu tive o prazer e a emoção de ver novamente o sorocabano torcendo e vibrando. Eu digo que ganhar e perder faz parte da competição, mas motivar as pessoas é uma obrigação do projeto e a gente vem conquistando isso. Outro destaque foi o aumento da procura das solicitações de visitas e clínicas nas escolas e entidades sociais, que são solicitadas ao nosso supervisor Douglas Santa Anna, trazendo a nova geração para o esporte, através do voleibol.
E as dificuldades neste ano de estreia?
As principais dificuldades foram exatamente essas que respondi antes. Nós perdemos 5 titulares, que receberam propostas melhores que o valor que poderíamos pagar, e tivemos que nos reinventar. Isso é o reflexo da falta de um patrocinador master, que mantenha a nossa equipe. O custo para jogar uma Superliga B é muito alto: viagem, hotel, translado, alimentação. Todo jogo fora, por exemplo, a equipe teve que viajar um dia antes. A CBV nos envia as passagens, mas o translado interno, hotel e alimentação fica tudo por conta da equipe.
O que ainda falta para vocês atingirem o objetivo que é alcançar a elite?
O primeiro passo é ter um patrocinador master que mantenha o time na sua plenitude, pois quando as atletas começam a se destacar aqui recebem uma proposta melhor e não conseguimos cobrir. Hoje alguns patrocinadores e apoiadores nos ajudam muito, mas sem um patrocinador master fica impossível. A estrutura já conquistamos, nossa estrutura física não perde em nada para nenhuma equipe no Brasil, agora falta esse patrocinador, como um dia Sorocaba do passado teve.
Consegue falar dos próximos passos do Renasce/Sorocaba?
Vamos disputar o Paulista sub-21, jogar os Jogos Regionais e buscar vaga para os Jogos Abertos onde somos bicampeões. Além disso, iremos disputar o Paulista da Divisão Especial e enfrentaremos Osasco, Barueri, Bauru e Pinheiros. A gente pensa em utilizar esse torneio como preparação para a Superliga B, que a partir da próxima temporada terá um novo formato e começa em outubro.