Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que a quantidade de incêndios de grandes proporções registrados em Marília, em 2021 até agora, sofreu aumento de 11,6%, na comparação com o mesmo período do ano passado.
Os satélites monitorados pelo órgão ligado ao Ministério de Ciência e Tecnologia identificam pontos de incêndio com mais de trinta metros de extensão por um de largura.
De janeiro até esta sexta-feira (13) foram 77 registros no município, ante 69 nos oito primeiros meses de 2020.
A maioria dos casos de 2021 foi registrada desde que começou o inverno, há pouco mais de dois meses – período de seca em que tradicionalmente as queimadas são favorecidas. Na atual estação são feitos registros praticamente diários.
No Estado de São Paulo, a instituição contabilizou até o momento 34.589 focos, contra 33.891 no mesmo período – aumento de 2%.
BOMBEIROS
Na prática, porém, os bombeiros atendem quantidade maior que o Inpe consegue registrar.
Conforme dados divulgados pela Corporação, até este mês, foram averiguadas 648 ocorrências de fogo em mato na área de Marília. No ano passado, no mesmo período, a soma foi de 548 – aumento de 18,2%.
Segundo o tenente Fernando Gomes Calógero, do 10º Grupamento de Marília, em todos os anos, a estiagem favorece a propagação de algum tipo de incêndio, assim como a ocorrência de ventos.
“Todo ano esse período de incêndio em vegetação é sazonal. De abril até meados de setembro, as condições climáticas da nossa região favorecem muito a ocorrência de incêndio em vegetação. A gente chega a ter 50% de aumento nesse tipo de ocorrência”, explica.
De acordo com Calógero, é um período longo de estiagem. “A umidade do ar baixa muito favorece a incidência, e depois o aumento do princípio de incêndio. Os ventos também ajudam no alastramento do fogo. Junta tudo isso com a ação humana”, frisa.
A corporação procura orientar a população quanto a prevenção para não ocorrer casos de incêndio em mato. Mesmo assim, o aumento neste período é grande e é necessário maior empenho de pessoal.
“A gente precisa atender toda a demanda que o período traz, e continuar os atendimentos ordinários das outras ocorrências. O empenho do pessoal é muito maior e o desgaste é grande. Isso, é claro, influencia no atendimento, mas a gente se prepara para poder dar conta da demanda”, pontua.
O tenente pede “que a população, quando acionar o bombeiro, realmente, informe o que está acontecendo, se é um mato que está queimando e a fumaça incomodando ou um incêndio que coloca em risco a vida e patrimônio”, finaliza.