A velocidade com que as inovações científicas e tecnológicas acontecem, faz com que nossas estruturas sociais sejam incapazes de assimilar e se adaptar a elas no tempo necessário. Se antes era possível predizer o futuro com base no passado, hoje o crescimento tecnológico acontece tão rápido que se torna quase incontrolável – e o nosso futuro imprevisível. E embora esta Quarta Revolução Industrial esteja destinada a mudar a sociedade como nunca, ela tem seus pilares nas três primeiras revoluções industriais.
A máquina a vapor, criada no século XVIII, levou à Primeira Revolução Industrial, permitindo que a produção fosse mecanizada e impulsionando a mudança social. No final do século XIX, na Segunda Revolução Industrial, a eletricidade, o motor à combustão e outros avanços levaram à produção em massa, gerando, entre outras, a indústria automobilística.
A Terceira Revolução Industrial, na década de 1950, mudou o sistema de produção, agora firmado na tecnologia, robótica e telecomunicações. Isso levou à crescente automação e à disrupção de diversos setores da economia, incluindo bancos e comunicações.
A Quarta Revolução Industrial (4IR) está caracterizada pela indefinição das fronteiras entre os mundos físico, digital e biológico. É uma fusão de avanços em Inteligência Artificial, Realidade Virtual, IoT, Blockchain, Impressão 3D, Engenharia Genética, Computação Quântica etc.
Esta revolução tem o grande diferencial de contar com a força coletiva das redes sociais. Pense em sistemas como o Waze, que dá a rota mais rápida para um destino, assistentes virtuais como Alexa ou o poder de um tweet do Elon Musk de derrubar o valor do bitcoin.
A 4IR não é apenas mais uma etapa do desenvolvimento tecnológico, mas uma total mudança de paradigma. Segundo Klaus Schwab, presidente executivo do Fórum Econômico Mundial, que cunhou esta como a Quarta Revolução Industrial, estamos a bordo de uma revolução tecnológica que transformará fundamentalmente a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos. Os custos de transporte e comunicação cairão, a logística e as cadeias de suprimentos globais se tornarão mais eficazes e o custo do comércio diminuirá; aumentará o nível de renda global e melhorará a qualidade de vida das populações mundiais.
Os países mais desenvolvidos terão uma adoção mais rápida dessas novas tecnologias, mas os especialistas destacam que as economias emergentes são as que mais podem se beneficiar com esta revolução.
É claro que só se beneficiará quem estiver disposto a aprender e a mudar. Quem for capaz de inovar e se adaptar.
Luis Gaban é diretor de Inovação da Prefeitura de Salvador