Preso por estuprar uma estudante em Ondina depois de seguir a vítima desde a Federação, Everton Pereira dos Santos Silva, era vendedor ambulante de queijo na Barra há 14 anos e foi reconhecido por outro comerciante informal da região. Ele é investigado por pelo menos seis crimes sexuais, entre estupro e tentativa de estupro, sendo 3 na área da Barra.
“Ele tinha o mesmo modus operandi e mesmo perfil de vítima. Vítimas que são ambulantes, que trabalham na região da Barra, assim como o suspeito. Ele é vendedor ambulante da Barra há 14 anos. Como nossa faixa litorânea é muito curta, todos vendedores se conhecem e nós também conhecemos os comerciantes e ambulantes”, disse a delegada Mariana Ouais, da 14ª Delegacia (Barra), em coletiva nesta sexta-feira (22).
Na Barra, as vítimas eram trabalhadoras atraídas com falsas promessas. “Ele atraía as vítimas dizendo que um grupo de turistas tinha interesse na prestação de serviços delas, uma trançadeira, uma pessoa que pinta o corpo, e nisso ele atraía a vítima até um lugar ermo e a partir de determinado momento passava a ameaçar essa vítimas e acaba convencendo que estava armado e causaria mal maior caso ela não cedesse”, acrescentou a delegada.
No dia em que o homem atacou a estudante, uma jovem de 20 anos que estava a caminho da aula, ele acabou sendo visto e reconhecido. “Esse estupro consumado que ele cometeu, quando ele passou com a vítima ele foi visto por outro ambulante. Quando a vítima retornou e informou, o ambulante disse que sabia quem era. Ele se prontificou a ir à delegacia, prestou declarações, os dois se submeteram ao procedimento de retrato falado e aí conseguimos identificar. Nossa maior dificuldade foi a qualificação dele, porque as pessoas geralmente não pegam nome, ainda mais de ambulante. Mas como ele tinha trabalhado para um comerciante informal, ele nos forneceu a cópia da identidade dele”, diz a delegada.
Com as informações sobre o suspeito e o mandado de prisão expedido pela Justiça, a polícia foi atrás dele em Serra Preta, no interior baiano, onde ele tem família. “Com medo de uma retaliação maior, eles orientaram que ele se entregasse”.
Everton já tem passagens por roubos e estupro – ele chegou a ser condenado por um estupro em 2015 e foi solto em 2020. “Todos os crimes cometidos em Salvador, que temos conhecimento”, acrescenta a delegada.