O deputado federal e presidente do PSDB em Minas Gerais, Paulo Abi-Ackel, não descartou a possibilidade de o partido abrir mão de uma cabeça de chapa na disputa pelo governo do Estado em 2026 e acenou para uma eventual tentativa de aliança com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), nome que ganha força como potencial candidato a substituto de Romeu Zema (Novo) na chefia do Executivo estadual.
“Penso que nós deveremos imaginar estar ou ao lado de alguém ou lançar candidatura e ter essas pessoas conosco e que saibam, verdadeiramente, fazer o que fizemos quando estivemos no governo do Estado”, declarou o tucano, em entrevista ao Café com Política desta terça-feira (23), na FM O TEMPO 91,7.
Abi-Ackel fez duras críticas à gestão de Romeu Zema e acusou o atual governador de diminuir o protagonismo de Minas Gerais no cenário político nacional. Na avaliação do líder do PSDB, o próximo chefe do Executivo mineiro deve ter musculatura suficiente para “lidar com o governo federal e para tirar dele os investimentos” que o Estado precisa.
“Somos liberais, queremos um Estado mais enxuto, mas tal qual o grupo do governador Zema imagina é impossível, é utópico, principalmente renegando a política e se autointitulando não-político. Como vai discutir o RRF sem conversar com o presidente da República? Não tem jeito. Vai discutir com o secretário do Tesouro Nacional? Isso nunca aconteceu em Minas. O governador de Minas tem que conversar é com o presidente da República, não pode conversar com o segundo ou terceiro escalão do governo”, afirmou Abi-Ackel.
Ainda em tom de crítica a Romeu Zema, o tucano declarou que o próximo governador de Minas deve ter a capacidade de “olhar de igual para igual para o presidente da República” e “não se curvar, por insegurança ou timidez a essa distância que não existe”. As declarações fazem referência ao fato de que Zema ainda não se encontrou com Lula desde que o petista assumiu a presidência, em 2023. A falta de articulação política do governador é apontada como um dos entraves para a negociação da dívida pública de Minas com a União, que já chega a R$ 156,7 bilhões.
Para se opor à continuidade do projeto de Zema à frente do Executivo, Abi-Ackel considera ser necessária a construção de alianças com nomes que, segundo ele, presem pela boa política. Nesse contexto, ele teceu elogios ao senador Rodrigo Pacheco.
“Tenho grande admiração e amizade pessoal muito antiga, desde o tempo que advogávamos juntos, com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e eu vejo algumas convergências na forma de enxergar os problemas de Minas, mas também vejo alguma divergência. Ele, por exemplo, se coloca mais próximo do PT. Mas se a gente for pensar em Minas, acho que nós temos que tentar construir alguma coisa, pela boa política – honesta, correta – de trazer de volta Minas para ser respeitada”, declarou.