No próximo dia 05 de junho comemoramos o Dia Mundial do Meio Ambiente, levando-nos a refletir que a convivência do ser humano com a natureza deve ser a mais harmônica possível. O exemplo maior vem dos nossos ancestrais indígenas que sempre cultivaram a terra e exploraram o meio ambiente de forma sustentável, a partir da sua cultura, o fazendo até hoje, naquelas comunidades em que não tiveram contato com o homem civilizado. Claro está que qualquer intervenção humana que possa trazer interações no meio ambiente deve ser precedida de estudos de impacto ambiental, de modo que seja a menos traumática possível e os danos se porventura existentes devem ser minorados ou reparados satisfatoriamente.
Nosso país possui, historicamente, uma imagem negativa no exterior, quanto a cuidar do meio ambiente e do seu povo, de forma correta e consentânea com os princípios norteadores de uma boa política ambiental e dignidade da pessoa humana, porém, de forma correta o constituinte inseriu na nossa Carta Magna de 1988 que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. Precisamos urgentemente de políticas públicas que não somente se preocupem em preservar nossa flora e fauna, mas, sobretudo se voltem para cuidar da espécie humana, salvando os filhotes do homem, da fome, da miséria e do analfabetismo, que campeiam por este vasto país continental.
Me parece razoável a preocupação de muitos países quanto à preservação da nossa Floresta Amazônica, mesmo que muitos deles não fizeram seu dever de casa nesse particular, cuidando-se inclusive da instituição de um fundo ambiental mundial destinado para esse fim. O que é inadmissível é que governos que se sucedem no nosso país, na gestão da política ambiental amazônica, não tenham obtido sucesso nessa questão. Apesar do ordenamento jurídico brasileiro ter estabelecido que a Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais. Lamentamos o que hoje se comprova, com auxílios de satélites, é o aumento substancial, ano após ano, da devastação ambiental desse patrimônio nacional, seja através dos desmatamentos, queimadas intencionais ou não, da grilagem de terras, da mineração em reservas indígenas, do cultivo de monoculturas e criação de animais em áreas de preservação ambiental, destruindo o maior ecossistema do mundo de forma irrecuperável.