Com transmissão online, maior premiação da música instrumental mineira realiza a final de sua edição 2021 em três noites de apresentações. Evento tem início a partir desta sexta-feira (23)
Um verdadeiro manancial de incentivo. É assim que muitos compositores, instrumentistas e arranjadores mineiros definem o peso que o Prêmio BDMG Instrumental teve para as suas carreiras no cenário musical.
“Hoje, ele é com certeza o evento que mais fomenta a música instrumental em Minas Gerais. Esse prêmio dá à nós, artistas, uma chance real de poder nos firmarmos no mercado e nos garantir musicalmente com nossas composições e gravações”, defende o pianista, compositor e arranjador Deangelo Silva, ganhador do prêmio de melhor disco de música instrumental autoral com o álbum “Hangout”, na primeira fase da premiação, que aconteceu no começo do ano.
Agora, o evento se prepara para comemorar seus 20 anos de existência com a realização da grande final da edição de 2021, que vai acontecer a partir desta sexta-feira (23), até o domingo (25), diretamente do Teatro Sesimas, com transmissão gratuita e ao vivo, pelo canal do YouTube do BDMG Cultural.
Após ter sido cancelado no ano passado devido à pandemia, a iniciativa retornou à cena armada de protocolos sanitários e apostando no formato híbrido.
“Estávamos com muitas expectativas para a 20ª edição do prêmio, afinal são 20 anos. Nosso grande desafio nesta volta foi ter que mudar o formato – trazer o prêmio para o universo digital e ainda manter a qualidade técnica. Acima de tudo, fizemos questão de seguir todos os protocolos para a segurança de todo mundo envolvido”, revela Elizabeth Santos, coordenadora de música do BDMG.
Durante três noites, 12 concorrentes vão se revezar em apresentações inéditas nas quais todos precisam mostrar duas composições autorais e um arranjo único para clássicos da MPB. O músico Deangelo Silva fará um pocket show para fechar a programação no domingo.
Os quatro vencedores ficarão com uma premiação de R$ 12 mil, e a oportunidade de se apresentarem no palco do Centro Cultural Banco do Brasil em Belo Horizonte, e no programa Instrumental Sesc Brasil, em São Paulo.
Com isso, o Prêmio BDMG almeja ajudar o setor de produção contemporânea instrumental mineiro a se recuperar do golpe desferido pela pandemia global.
“Eu penso que é uma mensagem de esperança. Um grito de resistência. É uma vitória poder dar visibilidade a esses artistas durante um momento tão difícil”, reforça Beth.
Sons de Minas
Neste ano, os artistas que estão na fase final são Abel Borges, Aloizio Horta, Assanhado Quarteto, Daniel Souza, Duo Foz, Dudu Viana, Felipe Continentino, Felipe José, Gustavo Figueiredo, Max Sales, Pedro Gomes e Nô Corrêa.
Eleitos entre 60 inscritos, dez dos finalistas são de Belo Horizonte e dois do interior do Estado. No entanto, Beth conta que sentiu falta da uma presença mais representativa de músicos interioranos e até mesmo de minorias na final.
“A Zona da Mata sempre me chamou a atenção. Tem uma produção muito variada e muito ativa por lá. Queria que tivéssemos mais concorrentes daquela Região no prêmio. E obviamente, mais mulheres”, concluiu.
Deangelo mostra o disco ‘Hangout’
O encerramento da cerimônia do 20º BDMG Instrumental ficará a cargo do compositor, pianista e arranjador mineiro Deangelo Silva. Ganhador do último Prêmio Marco Antônio Araújo, o músico apresentará um pocket show no domingo (25), no qual vai mostrar faixas do seu álbum “Hangout”, que até o momento só ganhou lançamento oficial no Japão.
“Infelizmente, no Brasil as vendas de discos e CDs físicos são cada vez mais baixas, por isso optamos em lançar o disco primeiramente no Japão, onde já existe um público especializado no consumo da música brasileira contemporânea instrumental. Apesar do momento complicado que vivemos, tive a sorte de ver o mercado de lá se abrir para mim”, explica Deangelo.
O pianista afirma que a industria da música instrumental segue escassa de oportunidades no cenário brasileiro.
“O campo é restrito e o mercado é muito informal no que diz respeito a venda de shows de música instrumental por aqui. Os grandes veículos de informação não estão aliados a essa estética de música e isso torna as coisas bem mais difíceis para os músicos desse segmento”, lamenta ele.
Porém, Deangelo enxerga isso como mais uma barreira a ser vencida para promover sua arte.
“Como sempre foi ao longo da história, a música instrumental e o jazz florescem na dificuldade. O grande problema da música instrumental no Brasil é o mercado. Nós temos grandes artistas que mantêm esse estilo no mais alto nível. Por isso eu encaro isso como uma espécie de prova para me dedicar mais ainda na minha profissão. Tá difícil? Sim. Mas não dá para desistir da música não”, evangeliza.
Serviço
O quê: 20º edição do Prêmio BDMG Instrumental
Quando: De sexta-feira (23) a domingo (25)
Onde: No palco do Teatro Sesiminas com transmissão ao vivo pelo canal do YouTube do BDMG Cultural
Quantos: Livre