O caso será encaminhado para a Delegacia Especializada de Combate à Corrupção, em Belo Horizonte
A Polícia Civil irá periciar os líquidos contidos nas garrafas de bebida com embalagens falsificadas apreendidas em Betim, na região metropolitana de BH. O laudo é necessário para confirmar a origem da bebida, que pode ser adulterada. A previsão é que o resultado fique pronto em aproximadamente 30 dias.
Um homem foi preso nessa segunda (18) por suspeita de comercializar o produtomenos de uma semana após duas pessoas morrerem e outras sete serem hospitalizadas com suspeita de intoxicação por terem consumido uísque adulterado.
De acordo com o titular da Delegacia Regional de Betim, Marcelo Cali, o caso passará a ser investigado pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), subordinada à “Divisão Especializada de Combate à Corrupção, Investigação a Fraudes e Crimes Contra a Ordem Tributária”, do Departamento Estadual de Investigação de Fraudes (DEF).
Cali destaca que a investigação começou após se tornarem conhecidos os casos de intoxicação alcoólica na cidade. “A delegacia regional começou a monitorar locais e denúncias de locais onde estariam vendendo bebidas adulteradas ou falsificadas. Neste interim, a equipe montou a operação e foi em alguns locais verificar a procedência, constatando em um mercado na região do Citrolândia bebidas com embalagens nitidamente adulteradas”, explicou.
À polícia, o homem preso, um ex-policial militar, negou envolvimento com a venda das bebidas ou que elas não fossem originais. Porém, não apresentou as notas fiscais dos produtos, nem soube especificar de quem comprou as garrafas.
“Até agora, o crime praticado é o de falsificação adulteração, com relação a produtos alimentícios. Se for condenado, a pena varia de 4 a 8 anos”, salientou Cali.
Mortes suspeitas
A terceira morte possivelmente causada pelo consumo de uísque adulterado em Betim foi descartada nessa segunda-feira (18). Equipes da Vigilância em Saúde das secretarias municipal e estadual de Saúde estiveram reunidas no dia e constataram não haver associação entre o óbito e a intoxicação alcoólica, que pode ter vitimado duas pessoas no município na última semana.
A reunião também contou com a presença de representantes da Polícia Civil, do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs-Minas), da Vigilância Sanitária estadual, da Vigilância Epidemiológica e da Vigilância Sanitária de Betim.
Segundo uma nota atualizada pela prefeitura, até o momento, foram notificados dez casos suspeitos, sendo que dois deles evoluíram para morte. Todos serão apurados para confirmação ou não de intoxicação alcoólica.
“ No momento, desses dez, quatro pacientes já receberam alta e seguem monitorados em domicílio; um paciente está sendo acompanhando pela rede privada; dois estão internados no Hospital Regional; um está na UPA Teresópolis e dois evoluíram para óbito”, informou o Executivo betinense.
A prefeitura ressaltou que, até o momento, não recebeu do Estado o resultado de nenhum laudo pericial dos materiais coletados.
Também por meio de nota, a PCMG afirmou que tomou conhecimento de um óbito suspeito e que, “no momento, não é possível afirmar se houve adulteração de bebidas e se há indícios de crime”. A corporação acrescentou ainda que “o caso está sendo acompanhado pela Vigilância Sanitária do município e aguarda a finalização dos laudos que irão determinar a causa e as circunstâncias da morte. Outras informações poderão ser repassadas com o avanço dos trabalhos de polícia judiciária”.
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