Era balada. Agora, vodka. Mas a diversão continua, ainda que a pandemia tenha tirado as casas noturnas do circuito. Em um momento em que não se pode curtir festas, palcos e boates, os empresários baianos Nenel Rebouças, Alfredo Farani e Ricardo Andrade trouxeram a marca nova-iorquina Pink Elephant de volta a Salvador com um novo modelo e em forma de experiência etílica: os rótulos Premium & Super Premium de destilados chancelados por um dos maiores clubes internacionais de entretenimento do mundo.
As versões Premium Pink Elephant Classic Black e a Super Premium Pink Elephant Crystal custam entre R$ 65 a R$ 79 e R$ 90 a R$ 100, respectivamente. As bebidas já estão disponíveis nas lojas Almacen Pepe (Horto, Pituba e AlphaVille Paralela), Empório Mais (Rio Vermelho), Chez Cohen (Salvador Shopping), Select Posto Sumaré (Avenida Tancredo Neves) e na Supreme Delicatessen (Pituba). A expectativa da Pink Elephant Nordeste é chegar a 100 pontos de venda até o fim do ano.
“Depois que a Pink Salvador fechou no final de 2017, migramos para outros nichos de negócio, com o Forte São Diogo e o Santa Maria [bistrôs]. Sentimos a desaceleração da noite como um todo. O club foi um furacão, mas acabou não só aqui, mas em outras capitais. Boate tem prazo de duração, faz parte do negócio e nós refletimos muito sobre isso”, conta Nenel Rebouças, um dos empresários responsáveis pela marca na região.
Bebidas já estão disponíveis nos pontos de venda da marca (Foto: Carlos Alberto/ Divulgação) |
Tudo mudou quando a pandemia chegou e abalou as estruturas do setor de bares e restaurantes, o que levou a repensar outras maneiras de operacionalizar o setor e olhar também para outras oportunidades, como pontua Nenel: “Perdemos muito. Foi uma cadeia inteira que parou. Eu comecei a trabalhar com entretenimento há 14 anos como promotor de bloco. Sabemos fazer o produto, a experiência, mas não podíamos fazer isso mais fisicamente. A gente sempre teve bar, restaurante, mas nunca trabalhamos como distribuidores de bebidas, e a pandemia fez com que observássemos uma oportunidade de trazer uma outra proposta através da marca, reacendendo a memória afetiva que ela tem com o público baiano”.
Giro no negócio
Referência no setor de entretenimento baiano e sócio da Central do Carnaval, Joaquim Nery também acredita nessa capacidade e necessidade de transformação do setor. “O produtor cultural é um guerreiro acostumado a atravessar tempestades. A pandemia zerou tudo. Muita coisa vai mudar, alguns irão desistir, migrar para outra atividade e outros terão que se reinventar muito. E é isso que a gente está começando a ver a acontecer. É uma nova corrida que começa”, analisa.
A corrida da Pink agora é para conquistar o mercado de etílicos. A Vodka Super Premium Pink Elephant Crystal existe, na verdade, desde 2002, mas nunca foi importada para o Brasil. Em 2018, uma das franquias mais importantes do país, a Pink de Brasília, trouxe a fórmula americana como um ‘mimo’ para seus clientes, porém não viu o produto como negócio. Com graduação alcoólica de 40%, a Crystal passa por um processo de filtração de 35 vezes em carvão ativo e cinco vezes em cristais de quartzo.
“Quando chega a crise e o entretenimento todo para é que enxergamos que a bebida é algo que pode ser vendido, independente do lugar físico. Podíamos trabalhar com algo que a gente entende que a pessoa possa levar para a casa, compartilhar com momentos entre família, amigos ou até dar um kit de presente. Aí sim, começamos a perceber enquanto negócio, capaz de remeter a um tempo em que sorrir e ficar sem máscara não era tão perigoso”, diz o empresário.
Já a Vodka Premium Pink Elephant Classic Black foi totalmente desenvolvida no país durante a pandemia com a autorização da marca americana. A graduação alcoólica também é de 40%. A bebida é filtrada 18 vezes no carvão ativado e duas vezes em cristais de quartzo. Para chegar à fórmula, Nenel explica que a Pink buscou referências na Polônia, Rússia e França, onde são encontradas as melhores vodkas produzidas mundialmente.
“Os rótulos são produzidos no interior de São Paulo por uma indústria que produz destilados terceirizados há mais de 60 anos e tem uma grande expertise nesses processos. É uma bebida que assina embaixo as duas décadas de história da Pink Elephant no mundo. Ou seja, a experiência de se divertir com o elefante em todos os momentos, em qualquer lugar, inclusive, em casa”, detalha.
O investimento inicial na produção chega a R$ 250 mil. No lote inicial serão 30 mil garrafas para atender os mercados da Bahia, Sergipe e Alagoas.
“É um projeto de médio prazo, de construir um espaço para a marca na prateleira. A pandemia deu esse estímulo de fazer algo que nunca fizemos”, pontua Nenel Rebouças.
E a Pink deve lançar novos rótulos de destilados daqui para frente. “Estamos bem conscientes de que a desaceleração geral das experiências físicas e de corpo a corpo não é algo tão passageiro. O ‘não pensar adiante’ foi um dos fatores que fizeram que a crise abalasse o setor de entretenimento dessa maneira tão forte. Estamos buscando os novos hábitos e com isso trazendo o life style do elefante para se fazer presente em qualquer local. É evoluir e buscar excelência na experiência, seja ela qual for, e entregar um valor agregado tão interessante quanto o líquido que vai na garrafa”, afirma o empresário.
A história da Pink Elephant
A franquia Pink Elephant de clubes e entretenimento nasceu em 2004, em Nova York. O night club ficou conhecido mundialmente por atrair celebridades, socialites e formadores de opinião que desfrutavam do clima glamoroso e o sistema de áudio do desenvolvido por um engenheiro da NASA. A Pink chegou no Brasil, quatro anos depois, quando inaugurou sua primeira boate em São Paulo, sob o comando do empresário Giuliano de Luca, hoje dono da marca no país.
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