Após consulta pública online, entre 10 e 25 de novembro, a Prefeitura de São Paulo divulgou as cinco personalidades públicas negras que serão homenageadas através de novas estátuas espalhadas pela cidade. Cada cidadão pôde votar em três de uma lista de 14 nomes representativos da história e da cultura afrobrasileira.
Entre os escolhidos estão a ialorixá candomblecista Mãe Sylvia de Oxalá; a cantora Elza Soares; o cabo Chaguinhas; a filósofa e escritora Lélia González; e o geógrafo baiano Milton Santos, natural de Brotas de Macaúbas.
“Os nomes de Milton Santos e Lélia González são importantes porque talvez apontem para um amadurecimento da nossa sociedade ao discutir e reconhecer o racismo e a pobreza como problemas que se perpetuam e precisam ser enfrentados”, afirmou o historiador Francisco Phelipe Cunha Paz, especialista em Patrimônio Cultural e Memórias da Escravidão, em entrevista ao Estadão.
Outras nove personalidades negras não conseguiram votos suficientes para ganhar estátuas, como o ator, comediante e cantor Grande Otelo; o ator, músico, e integrante d’Os Trapalhões Mussum; os engenheiros Irmãos Rebouças; o intelectual, poeta, escritor e ex-senador da República Abdias Nascimento; a guerreira Dandara; a líder do quilombo do Piolho Tereza de Benguela; a médica Iracema de Almeida; e a ativista Laudelina de Campos Melo.
Os endereços que ganharão cada uma das 15 esculturas ainda serão divulgados. “Das 390 obras, no acervo de esculturas públicas da cidade, apenas cinco homenageavam pessoas negras”, pontua a secretária municipal de Cultura Aline Torres. “Estamos muito felizes porque pudemos escolher outras cinco homenagens a personalidades com quem as pessoas se identificam”, celebrou.
Milton Santos foi um geógrafo brasileiro, considerado por muitos o maior pensador da história da Geografia no Brasil e um dos maiores do mundo. Destacou-se por escrever e abordar temas como a epistemologia da Geografia, a globalização e o espaço urbano. Faleceu em junho de 2001, em São Paulo.