Um esquema fraudulento para regularização de reboques e semirreboques de origem ilegal é alvo de uma operação da Polícia Civil (PCMG), deflagrada nesta quinta-feira (29). A ação que está em sua segunda fase foi batizada como “Noakes”. A operação que ainda está em andamento, cumprirá 14 mandados de prisão e 16 mandados de busca e apreensão em 13 municípios mineiros e outros estados como Goiás e São Paulo.
Investigação – De acordo com o delegado responsável pela operação, Renato Alcino, cerca de 296 mil reboques e semirreboques estão sob investigação. Desse total, 75,5 mil estão bloqueados. Outra medida cautelar foi o bloqueio de bens dos alvos, que pode chegar a R$ 55 milhões. Oito empresas e três sites de vendas pela internet são investigados. As irregularidades apuradas envolvem fraude e sonegação fiscal, além do impacto na segurança viária.
“As notas ficais emitidas não correspondiam a verdade do trato mercantil entre o vendedor e o negociante. A partir dos dados que obtivemos, suspeitamos que este esquema tenha produzido mais de 296 mil veículos emplacados de maneira fraudulenta em Minas”, disse o delegado, acrescentando que “todos os veículos emplacados de modo fraudulento serão apreendidos.”
Entenda a o caso
As investigações começaram em março pela Delegacia Regional de Polícia Civil em Araxá, no Alto Paranaíba, por meio da Delegacia de Trânsito. A apuração ocorreu a partir da vistoria de um reboque, quando foram constatados sinais de adulteração na peça que sustenta a identificação. Também foi observado que a má condição do veículo não era condizente com o que era descrito na nota fiscal emitida em fevereiro, como sendo um veículo novo. Os policiais também descobriram que a nota fiscal, que constava ser de uma empresa em Almenara, no Vale do Jequitinhonha, era de outra em Araxá.
Essas notas fiscais servem para que reboques e semirreboques sejam registrados nos órgãos de trânsito de maneira fraudulenta e, consequentemente, possibilitar registros e emplacamentos de veículos usados, deteriorados e até mesmo provenientes de crimes.
Parceria
A ação é uma parceria das Polícias Civis de Minas, Goiás, São Paulo, entre outros estados, da Secretaria de Estado de Fazenda, o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran).