Dias de sofrimento. É assim que o tempo tem passado para os familiares da mineira Marcela Rodriguesde 29 anos. Ela denuncia ter tido a filha de 7 meses retirada de casa pela ex-sogra e pela ex-cunhada, no último sábado (16). O caso aconteceu em Vila Velha, no Espírito Santo, onde ela mora atualmente. Desde então, afirma ela, os familiares paternos não têm dado mais notícias da criança.
A reportagem de O TEMPO foi até o bairro Novo Aarão Reis, na região Norte de Belo Horizonte, para conversar com os parentes de Marcela. O pai dela, Washington Luiz, de 57 anos, não desgruda do celular à espera de novidades.
“Roubar uma filha, pra quê? Porque a família dele tem dinheiro? Do que vale o dinheiro? A menina está lá há quase uma semana. Do que ela está se alimentando? Sendo que ela é uma criancinha ainda, de meses de idade, amamentando na mãe”, diz.
O ex-companheiro de Marcela só teria mandado áudios para os familiares dela no sábado, informando que não adiantaria eles procurarem a polícia “porque a criança está com o pai”. No entanto, ele não tem informado a mãe sobre a situação da menina, segundo a mulher.
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“Situação que não espera viver”
Aparecida Maria da Silva, de 62 anos, tia de Marcela, reforça que a família está sofrendo muito. “É uma situação que a gente não espera viver. Vemos essas coisas acontecendo por aí e pensamos que com a gente está longe de acontecer. E também pelo fato de, no início do relacionamento da minha sobrinha, ele ter demonstrado ser outro tipo de pessoa”. Por fim, faz um apelo à mãe do rapaz. “Neto não é filho. Ela tem que devolver a criança”.
Marcela Rodrigues relatou à reportagem que apanhava do ex-companheiro. A irmã dela, Bianca Rodrigues, de 21 anos, confirma. Ela relata que, quando o casal morava em Belo Horizonte, não havia histórico de agressão. “Ele nunca pareceu ser um cara violento. Muito pelo contrário. Sempre foi receptivo, calmo, falava manso. Sempre tratou todo mundo muito bem, inclusive meu sobrinho, que é enteado dele. Realmente não esperávamos por isso”, conta.
Bianca narra ainda que quando o casal foi morar em Vila Velha é que começaram as agressões. “Ela contava tudo isso (as agressões) para nossa mãe: que ele bebe muito e que os dois viviam discutindo”, diz.
A Polícia Civil do Espírito Santo informou, por meio de nota, que já investiga o caso. A reportagem tentou contato com o pai da criança e também com a mãe e com a irmã dele. A mãe se limitou a dizer que “essa narrativa dela (Marcela) é baseada em desespero. A menina está com o pai”. Porém, a mulher não respondeu sobre supostamente ter entrado na casa de Marcela e ter levado a bebê.