Os bispos da Bahia estiveram em visita ao Papa Francisco e à Cúria Romana, juntamente com os bispos de Sergipe, realizando uma visita muito especial, denominada “visita ad limina apostolorum” ou simplesmente “visita ad limina”, expressão latina que se refere à visita ao túmulo dos apóstolos Pedro e Paulo, que se encontram em Roma, nas basílicas de São Pedro no Vaticano e de São Paulo “fora dos muros”. Neste sentido, trata-se de uma verdadeira peregrinação.
A visita ad limina é uma ocasião singular para expressar a comunhão eclesial com a Sé Apostólica, de modo especial, a unidade com o Sucessor do Apóstolo Pedro, o Papa Francisco. Nela, os bispos têm a oportunidade de estabelecer diálogo sobre a realidade vivida pela Igreja no nordeste brasileiro e de acolher orientações sobre a missão a ser desenvolvida diante dos desafios encontrados.
Ela deveria ocorrer a cada cinco anos, precedida sempre de um relatório sobre a diocese, denominado justamente “quinquenal”. Mas a última ocorreu no pontificado de Bento XVI e tendo sido adiada diversas vezes devido à mudança de Papa e à pandemia.
Marcada pela agradável convivência fraterna e pelo encontro com o Papa Francisco, a visita ad limina dos bispos da Bahia e de Sergipe, que formam o Regional Nordeste 3 da CNBB, teve uma programação intensa, com muitas atividades concentradas em uma semana, incluindo-se as reuniões na Cúria Romana e as missas nas quatro basílicas maiores de Roma: S. Pedro, S. Paulo, S. João de Latrão e Sta. Maria Maior.
O encontro com o Papa Francisco, ocorrido na manhã de 27 de maio, foi marcado pela generosa acolhida fraterna, pela sua habitual simplicidade, bom humor e afetuosa estima pelo Brasil. Podemos dizer que a Bahia entrou no Vaticano através dos bispos que atuam no Estado, que puderam compartilhar com o Papa as alegrias, dores e esperanças do povo baiano. Saímos do Vaticano deixando a Bahia no coração e nas orações do Papa. A memória de Santa Dulce dos Pobres, canonizada por Francisco, esteve presente através do livro a ele ofertado sobre o “anjo bom da Bahia” e do Brasil, que se torna, sempre mais, o anjo bom para o mundo tão necessitado de caridade e de paz. Ele agradeceu vivamente e nos convidou a imitá-la no serviço aos pobres.
Transmitimos ao Papa a imensa gratidão, as orações e o amor da Igreja na Bahia e Sergipe, por ele, principalmente o afetuoso abraço e o pedido de bençãos de inúmeras pessoas que acolhem os seus ensinamentos, admiram o seu testemunho de amor aos pobres e sofredores e agradecem o seu incansável empenho em favor da paz.
O Papa Francisco, que acolheu generosamente a Bahia, representada pelos bispos, na visita ad limina, está no coração do povo baiano, que muito o ama e admira. “Por favor, não se esqueçam de rezar por mim”, repete sempre o Papa, com humildade e confiança em Deus, sabedor dos desafios de sua exigente missão.
Dom Sérgio da Rocha, cardeal arcebispo de Salvador e primaz do Brasil.
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