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Quem disse que não há necessidade de dar o troco na mesma moeda?
Há controvérsias, ainda mais quando envolve a maior rivalidade do vôlei feminino do Brasil na atualidade.
O Flamengo, primeiro colocado na fase de classificação sucumbiu, e o Fluminense fez apenas figuração nas semifinais da Copa Brasil.
Os resultados colocaram Praia Clube e Minas de novo frente a frente, algo que virou rotina.
Normal.
A decisão era a oportunidade do Praia Clube dar o troco no Minas após a derrota na final do Sul-Americano duas semanas atrás.
O jogo em São José, Santa Catarina, teve roteiro semelhante, mas dessa vez o tie-break sorriu para outro lado.
Foi a vitória do jogo coletivo.
Foi a vitória do Praia Clube contra Kisy. A incansável oposta do Minas carregou o time nas costas até quando teve fôlego.
O talento individual, como de costume, não conseguiu salvar o Minas.
E quis o destino que o campeonato caprichosamente fosse decidido pelas mãos de dela em dois erros consecutivos.
O Praia foi mais homogêneo.
O Praia teve solidez.
Uma conquista sofrida, envolvendo razão e emoção, exatamente com a cara do time e o dedo do técnico.
Nada é fácil para o Praia Clube.
Nada é fácil para Paulo Coco.
O ataque na rede de Kisy explica o sentimento das jogadoras e da comissão técnica no fim da partida.
Uma enorme sensação de alívio.
O Praia Clube não poderia perder duas finais seguidas para o Minas. E da mesma forma.
Já imaginou?
Não é que a justiça sempre vence, mas quem vence decide o que é justiça.
A primeira Copa Brasil do Praia Clube foi marcada pela ousadia, equilíbrio, coragem, atitude e superação.
Foi o troco na mesma moeda.
É aquilo: quem diz que a vingança é amarga não tem paladar.